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sábado, 14 de maio de 2016

História de vida e Páscoa do Mons. Pe. Golberto Vaz Sampaio

Numa  sexta feira (13)  de Maio, faleceu o  Monsenhor Gilberto Vaz Sampaio a morte do padre   aconteceu no dia 13 de Maio do ano de 2008, quando ele dirigia seu carro, o veículo Gol e ao sair  da estrada vicinal que leva à Fazenda Mílton Souza, na altura do KM 251 da BR-101, com destino à localidade de Muritibinha, onde participaria da festa da padroeira  Nossa Senhora de Fátima, quando foi atingido lateralmente por uma carreta,  que seguia sentido Salvador.
  


Gilberto Vaz Sampaio, padre e professor, nasceu em Amargosa, em 06 de janeiro de 1927, onde viveu a sua infância. Concluiu os estudos primários na Escola Almeida Sampaio, também em Amargosa. Continuou seus estudos no Seminário Menor de São José, em Salvador. Em 15 de junho de 1952, na cidade de Amargosa é ordenado padre. Em 1º de janeiro de 1953 assume a paróquia de São Miguel das Matas, Laje e Mutuípe. Para se deslocar de uma comunidade a outra, Pe. Gilberto ia a lombo de burro, em seguida, em uma moto, depois em um jeep, mais tarde em um fusca, e por último em um gol, onde deu os últimos suspiros.

 Ainda em São Miguel, o Monsenhor Gilberto contribuiu para a organização de movimentos sociais, principalmente entre trabalhadores rurais, tendo uma atuação importante na década de 60 nos movimentos de organização do povo. Foi visto como comunista ao participar do movimento Juventude Agrária Católica (JAC), sendo perseguido pela polícia e tendo que refugiar-se numa fazenda, naquele município. Em São Miguel, fundou a Congregação Mariana (1952), mobilizou a comunidade na construção de casas populares para pessoas carentes (1960), e fundou o Colégio Normal – Ginásio 8 de dezembro (1964), promovendo dignidade de vida ao povo de São Miguel. Deixando São Miguel, Padre Gilberto passou a atuar na Paróquia de São José do Andaiá, em Santo Antonio de Jesus, até 1982.

Em 1º de janeiro de 1982, foi transferido para a Vila de Varzedo, sendo seu primeiro pároco. Inconformado com o que via – jovens em Varzedo sem estudar, e alguns estudando com muita dificuldade em Santo Antonio; já em janeiro de 1982, juntamente com um grupo de amigos fundava o Colégio Monsenhor Gilberto Sampaio, que funcionava no fundo da casa paroquial, sendo também um dos professores, hoje Escola de 1º Grau Monsenhor Gilberto Vaz Sampaio.

Em 1986, o Monsenhor Gilberto Vaz Sampaio funda o Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, que leva o nome da padroeira.
Vendo o povo da Vila de Varzedo reclamando da administração de Santo Antonio de Jesus, e percorrendo os vários cantos do município em suas caminhadas religiosas, Padre Gilberto passa a ser o porta voz da comunidade, idealizador e lutador pela Emancipação de Varzedo. Forma a Comissão Pró-Emancipação, mobiliza o colégio para fazer pesquisa, peça teatral, conscientização popular, e parte para a vitória do SIM, no plebiscito; tornando a Vila de Varzedo na Cidade de Varzedo, fato que se deu em 13 de junho de 1989.
Divulgou o nome de Varzedo onde pôde, sempre defendendo a educação como alicerce da cidadania, dizendo em suas palestras: “a educação é como uma fonte que nunca seca, quanto mais usa, mas a água fica limpa.”
Viajando pelas comunidades rurais, nos momentos que sobravam antes da missa, Padre Gilberto escrevia. Juntando suas experiências observadas e atuadas, publicou o livro: “Emancipação de Varzedo – 4 anos de luta”, uma verdadeira obra literária e histórica sobre a cidade que muito amou – Varzedo.

Ninguém via Padre Gilberto descansando, somente atuando na vida pastoral, escrevendo, atendendo aos amigos nas manhãs de sábado em sua residência, ou pelas andanças atrás de casas de abelha, transferindo colméia e proporcionando novos meios de vida para o povo de Varzedo, incentivando a apicultura.
Em 2008, ainda não satisfeito com o muito que tinha feito, Padre Gilberto funda a Faculdade de Ciências Educacionais – FACE, aqui em Varzedo.
 A morte do padre Gilberto, pessoa carismática que somava cinquenta e dois anos de carreira religiosa auxiliando espiritualmente várias gerações católicas da região, entristeceu a todos. Um acidente que deixa todos os varzedenses muito triste, por perder um grande e incánsavel homem. Porém nos alegra que com sua teimosia, ardor missionário e radicalidade evangélica, com seus 81 anos e 55 de Sacerdócio encerrou sua vida terrena fazendo o que mais gostava: ir ao encontro do Povo de Deus, razão pela qual inumeráveis vezes saía no meio da noite, para prestar assistência as suas comunidades. Somos todos agradecidos a Deus por esse exemplo de vocação realizada que nos fica!!!
Fica-nos o exemplo de vida de um “Bom-Senhor” que quando indagado a respeito de sua vida sacerdotal nos seus 50 anos, responde: “MEU IDEAL E MINHA REALIZAÇÃO FOI E É O SACERDÓCIO”.
Padre Gilberto não deixou somente obras físicas construídas, mas deixou o mais importante: A consciência e a ideologia libertadora dos filhos de Varzedo, através da educação implantada, dos conselhos dados e da cidade emancipada.
Neste dia 13 de maio e sempre,a população Varzedense  não pode esquecer do seu  herói, pai e Baluarte, que sempre lutou por uma Varzedo com mais cultura, com mais conhecimento, com mais emprego, com mais união, com mais paz.

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