Antibióticos
Os antibióticos são fármacos que se utilizam para
tratar as infecções bacterianas. Infelizmente, são cada vez mais as bactérias
que desenvolvem resistências contra os antibióticos com que actualmente
contamos. Esta resistência forma-se, em parte, dado o uso excessivo dos
mesmos antibióticos. Como consequência, está-se constantemente a desenvolver
novos antibióticos para combater bactérias cada vez mais resistentes. Mas,
por último, as bactérias também se tornarão resistentes a esses antibióticos
mais recentes.
Os
antibióticos são classificados de acordo com a sua potência. Os antibióticos
bactericidas destroem as bactérias, enquanto os antibióticos bacteriostáticos
evitam apenas que aquelas se multipliquem e permitem que o organismo elimine
as bactérias resistentes. Para a maioria das infecções, ambos os tipos de
antibióticos parecem igualmente eficazes; porém, se o sistema imunitário está
enfraquecido ou a pessoa tem uma infecção grave, como uma endocardite bacteriana
ou uma meningite, um antibiótico bactericida costuma ser mais eficaz.
Escolha
de um antibiótico
Os
médicos podem optar por um antibiótico para tratar uma infecção em particular
baseando-se na suposição de qual seja, segundo eles, o agente responsável
pelo processo. Por seu lado, o laboratório pode identificar taxonomicamente a
bactéria infectante e, com isso, ajudar o médico a escolher o antibiótico. No
entanto, essas provas laboratoriais tardam habitualmente um ou dois dias a
dar os seus resultados e, por consequência, não podem ser utilizadas para
optar pelo tratamento inicial.
Além
disso, mesmo que se tenha identificado o agente e se tenha determinado em
laboratório a sua sensibilidade aos antibióticos, a escolha do fármaco não é
tão simples assim. As sensibilidades que se detectam no laboratório nem
sempre correspondem às que se apresentam no paciente infectado. A eficácia do
tratamento depende de factores como o grau de absorção do medicamento pela
corrente sanguínea, da quantidade do mesmo que alcança os diversos fluidos
corporais e de qual a velocidade com que o organismo o elimina. A selecção de
um fármaco tem ainda de levar em conta a natureza e gravidade da doença, os
efeitos secundários que provoca, a possibilidade de alergias e outras reacções
graves e o custo financeiro do mesmo.
Em
certos casos é necessário recorrer a uma associação de antibióticos para
tratar infecções graves, em particular quando se desconhece ainda a
sensibilidade da bactéria aos mesmos. As associações também são importantes
para certas infecções, como a tuberculose, em que as bactérias desenvolvem
rapidamente resistência à administração de uma droga isolada. Por vezes, a
junção de duas delas tem um efeito mais poderoso e estas associações podem
ser utilizadas para tratar infecções causadas por bactérias que se mostram
difíceis de erradicar, como as Pseudomonas.
Administração dos antibióticos
Nas
infecções bacterianas graves, os antibióticos são habitualmente administrados
primeiro através de injecção, geralmente endovenosa. Quando a infecção está
dominada, podem dar-se por via oral. Os antibióticos devem ser ingeridos até
que o microrganismo infectante seja eliminado do corpo, um processo que pode
requerer vários dias após o desaparecimento dos sintomas. Parar o tratamento
demasiado cedo pode provocar uma recaída ou então estimular o desenvolvimento
de bactérias resistentes. Por essa razão, os antibióticos são habitualmente
ingeridos durante vários dias após ter desaparecido toda a evidência de
infecção.
Certos
antibióticos são utilizados para tratar infecções por rickettsias, que são
microrganismos semelhantes quer às bactérias, quer aos vírus. (Ver secção 17, capítulo
183) As rickettsias são de menor
dimensão que as primeiras, porém maiores que os segundos. À semelhança dos
vírus, só podem sobreviver dentro das células de outro organismo, mas, como
as bactérias, são vulneráveis aos antibióticos. Especificamente, os mais
eficazes contra as infecções causadas por rickettsias são o cloranfenicol e
as tetraciclinas.
Os
antibióticos são usados não só para tratar infecções, como também para as
prevenir. Para que resulte eficaz, e com a finalidade de evitar que as
bactérias desenvolvam resistências, a terapêutica preventiva deve ser de
curta duração e o antibiótico deve ser activo contra aquela bactéria em
particular. Um exemplo de terapêutica preventiva consiste em tomar
antibióticos enquanto se viaja, para evitar a diarreia do viajante. Da mesma
forma, essa terapêutica é usada em pessoas expostas a alguém com meningite
por meningococo, devido ao risco de contágio.
As
pessoas com válvulas cardíacas anormais ingerem preventivamente antibióticos
de forma habitual antes de uma intervenção cirúrgica, incluindo a cirurgia
dentária. Estes indivíduos têm um risco acrescido de contrair uma infecção
das válvulas cardíacas (endocardite) por bactérias que se encontram
normalmente na boca e em outras partes do corpo. As referidas bactérias podem
ingressar na corrente sanguínea durante a cirurgia e atingir as válvulas
cardíacas danificadas. Os antibióticos de tipo preventivo também podem ser
ingeridos pelos indivíduos cujo sistema imunitário não seja totalmente
eficiente, como aqueles que sofrem de leucemia, os que recebem quimioterapia
para tratar um cancro e ainda os doentes de SIDA. Por outro lado, as pessoas
saudáveis que se submetem a cirurgias com elevado risco de infecção (como a
grande cirurgia ortopédica ou a intestinal) também os podem tomar.
Infelizmente,
os antibióticos são muitas vezes usados sem que exista uma razão forte para
tal. Por exemplo, são administrados com frequência incorrectamente para
tratar afecções virais, como constipações e gripe.
Efeitos
secundários
Um
antibiótico pode provocar uma reacção alérgica, como ocorre habitualmente com
a penicilina, ou então pode causar outros efeitos secundários. Por exemplo,
os aminoglicosidos podem lesar os rins e o ouvido interno.O tratamento
antibiótico pode ser mantido apesar dos efeitos colaterais, em particular se
for o único meio eficaz contra a infecção de que sofre o doente. O médico
avaliará comparando a importância desses efeitos com a gravidade da infecção.
|
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
TRABALHO /Fármacos anti-infecciosos: indicações e efeitos secundários
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário