TRABALHOS DE TRABALHOS DE ENFERMAGEM

terça-feira, 29 de julho de 2014

TRABALHO COM CUIDADOS ESCARAS E FERIDAS




Cuidados na prevenção de Escara

ž  Avaliar o risco de UP através das escalas;
ž   Utilizar colchão de poliuretano (colchão de caixa de ovo);
ž   Utilizar coxins, travesseiros, para amenizar áreas de pressão;
ž   Tratamento precoce da pele a fim de prevenir a lesão;
ž   Orientar mudanças de decúbitos frequentemente;
ž   Checar as áreas vulneráveis da pele dos pacientes de risco e otimizar o estado dessa pele (hidratação);
ž   Manter panturrilhas e tornozelos apoiados em almofadas;
ž   Realizar higiene íntima e/ou corporal sempre que necessário;
ž   Monitorar e documentar intervenções e resultados obtidos.

  • ÚLCERAS DE PERNA DE ORIGEM VENOSA
  Conceito e Causa: Úlcera crônica de perna é definida como qualquer ferimento abaixo do joelho, incluindo o pé, que não cicatriza em um período menor que seis semanas.
As principais causas da insuficiência venosa crônica que culminam no aparecimento das úlceras de estase são as varizes primárias e a síndrome pós- trombótica.
Há vários tipos de úlceras de perna: provenientes de ferimentos infectados, ou devidas a doenças infecciosas (sífilis, tuberculose, leishmaniose);  por defeitos de glóbulos sangüíneos (anemia falciforme);  por doenças auto-imunes (esclerodermia); por hipertensão arterial* ; por má irrigação sanguínea da perna (úlceras isquêmicas); úlceras dos diabéticos;  tumores de pele; e úlceras venosas. Das úlceras de perna, 73% são de origem venosa.
* devido a isto, deve-se verificar a pressão arterial constantemente 

·                    CURATIVOS NA ÚLCERA
Segundo Cruse e Foord todas as feridas estão colonizadas por bactérias, não significando isso que todas elas ficarão automaticamente infectadas e definiram : ferida infectada é aquela que é purulenta. Todo rigor de higiene deve ser usado para se fazer o curativo, inclusive o uso de gorro e máscara.
O curativo ideal ainda não existe, contudo sete critérios devem ser observados para se alcançar este objetivo:
  1. Manter a ferida limpa.
  2. Remover o excesso de exsudação.
  3. Permitir a troca gasosa.
  4. Fornecer isolamento térmico.
  5. Torná-lo impermeável às bactérias.
  6. Isentá-los de partículas e de tóxicos contaminadores de feridas.
  7. Permitir a remoção do curativo sem causar traumas na ferida.
Mais de um tipo de curativo pode ser necessário durante a cicatrização de uma úlcera.
A limpeza da úlcera deve ser feita com soro fisiológico a 0,9%, com uma seringa de 20mL e agulha 8, ou frasco de soro perfurado. Com uma forte pressão, lança-se a uma distância de 20 cm o jato de soro, no leito da úlcera, efetuando a limpeza da mesma e evitando que a fricção da gaze diretamente sobre a lesão provoque sangramento e destrua o tecido de granulação, dificultando assim, a cicatrização.
Dentre os anti-sépticos mais usados em úlceras venosas estão: água oxigenada, hipoclorito de sódio, clorexedine, permanganato de potássio, iodo povidona (PVPI 10%) e as tinturas como violeta de genciana, mercúrio cromo entre outros.
Porém não são eficazes na cicatrização de úlceras, sendo citotóxicos para os fibroblastos e dificultando a granulação normal. De acordo com Falanga anti-sépticos não devem ser utilizados no leito das úlceras.
Antibióticos tópicos também não têm sido recomendados pois, não há comprovação segura da sua eficácia nos planos profundos, uma vez que agem apenas na camada superficial.
Em úlceras venosas, com presença de infecção, a flora é polimicrobiana ( aeróbica e anaeróbica), e a cicatrização se dá de forma mais lenta quando infectadas.
Segundo Fonseca, estando a úlcera infectada, podem existir alguns sintomas e sinais como febre, eritema, dor local, celulite, induração e presença de secreção purulenta, portanto, estes devem ser verificados e anotados no prontuário do paciente.
Em alguns casos de úlcera o desbridamento pode ser necessário, sendo eles:
Desbridamento químico: compreende as colagenases( Iruxol®, Fibrase® associada ao Clorofenicol, Cauterex®e Pancutam® ).Devem ser usadas quando a quantidade de tecido necróticona úlcera for pequena. Agem quebrando, quimicamente, os tecidos colágenos por ação enzimática. Não devem ser usadas por mais de 2 semanas, pois provocam maceração tanto dos tecidos normais, quanto dos necrosados.
Desbridamento mecânico: feito com soro fisiológico ou no chuveiro. 
Desbridamento cirúrgico: em áreas com extenso tecido necrótico, feito com tesoura e bisturi sob anestesia local ou bloqueio, retirando os tecidos desvitalizados e reavivando os bordos, ou de acordo com a necessidade; ter cuidado para não lesar os tecidos vitalizados.
  • ORIENTAÇÕES AO PACIENTE PORTADOR DE ÚLCERA
-         Instrua o paciente para observar os sinais/sintomas de infecção: dor crescente, vermelhidão se espalhando pelas pernas acima ou aos dedos dos pés, sensação de calor nas pernas ou aumento de temperatura ao toque, aumento de odor, etc.
-         Utilizar medicação conforme prescrição médica;
-         Verificar pressão arterial periodicamente;
-         Controlar a glicemia;
-         Controlar colesterol;
-         Controlar triglicérides;
-         Manter uma alimentação balanceada; manter o peso do corpo dentro de limites normais
-         Realizar atividade física quando possível;
-         Manter a qualidade do sono e repouso;
-         Proteger as pernas, evitando bater ou lesar as mesmas;
-         Evitar permanecer em pé por períodos prolongados;
-         Uso adequado de meias elásticas;
-         Elevar as pernas quando estiver sentado.
  •   ORIENTACOES AO PROFISSIONAL QUANTO CUIDADOS ÀS ÚLCERAS
-         Realizar curativo conforme prescrição;
-         Conhecer a fisiopatologia da condição incluindo cronicidade;
-         Seguir o protocolo de tratamento;
-         Observar tipo de curativo prescrito;
-         Saber a freqüência da substituição do curativo;
-         Promover o cuidado integral da saúde da pessoa durante o tratamento das feridas;
-         Seguir protocolos de tratamento para o controle de outros problemas de saúde;
-         Manter os curativos limpos.

FERIDAS E CURATIVOS

A pele é o maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: proteção contra infecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no controle da temperatura.
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FERIDAS

Ferida pode ser definida como qualquer ruptura da integridade da pele, membranas, mucosas ou qualquer outra estrutura do corpo. (BORGES, 2001).

Podendo ser causada por diferentes razões, apresentando-se com diferentes formas, tamanhos e profundidades.       (MARQUEZ, 2003) .


CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS

1. De acordo com a causa:

v   Incisas ou cirúrgicas: produzidas por um instrumento cortante. As feridas limpas geralmente são fechadas por suturas.

v   Contusas: produzidas por objeto rombo e são caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema.

v   Laceradas: aquelas com margens irregulares como as produzidas por vidro ou arame farpado.

v   Perfurantes: são caracterizadas por pequenas aberturas na pele. Um exemplo são as feridas feitas por bala ou ponta de faca.

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2. De acordo com o grau de contaminação:

v  Limpas: não apresentam inflamação e em que não são atingidos os  tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário)

v   Limpas contaminadas:  tempo inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento.

v   Contaminadas: tempo superior a 6 horas entre o trauma e o atendimento, presença de contaminantes.

v   Infectadas ou sujas: presença de microorganismos, pus.


3. De acordo com o comprometimento tecidual (estágio I, II, III e IV)

v  Estágio I - caracteriza-se pelo comprometimento da epiderme apenas, com formação de eritema em pele íntegra e sem perda tecidual.

v  Estágio II - caracteriza-se por úlcera, ocorre perda tecidual e comprometimento da epiderme, derme ou ambas.

v  Estágio III - caracteriza-se por presença de úlcera profunda, com comprometimento total da pele e necrose de
v  tecido subcutâneo, entretanto a lesão não se estende até a fáscia muscular.

v  Estágio IV - caracteriza-se por extensa destruição de tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular ou necrose tissular.

http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTVGgDqhZUY5HHgMHAMsYaE-Ud1bgZvmANJQHEz390lAKtTlHCd       ferida      

4. De acordo com o tempo de evolução:

v  Agudas: de fácil resolução
v   Crônicas: longa duração               
 

PORQUE PRECISAMOS AVALIAR A FERIDA?

ž   Para trazer conforto e segurança ao paciente;
ž   Saber qual o curativo ideal para o tipo de ferida;
ž   Obter maior chance de sucesso;
ž   Ter menos risco de infecções;
ž   Reduzir custos.


PRINCÍPIOS PARA AVALIAÇÃO DE UMA FERIDA

ž   Qual o tamanho?
ž   Qual a localização?
ž   Qual a fase de cicatrização?
ž   Qual o tempo da lesão?
ž   Qual a característica da pele ao redor da lesão.


ÚLCERA DE PRESSÃO

A úlcera de pressão é uma lesão de pele causada pela interrupção sanguínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão aumentada por um período prolongado.
Também é conhecida como úlcera de decúbito, escara ou escara de decúbito.
O termo escara deve ser utilizado quando se tem uma parte necrótica ou crosta preta na lesão.

1.       Como se desenvolve?

A úlcera de pressão se desenvolve quando se tem uma compressão do tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado.
O local mais frequente para ocorrer é na região sacra, calcâneo, nádegas, trocânteres, cotovelos e tronco.
         http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABAasAH-10.png   Áreas mais afetadas


2.    Quais as causas e fatores de risco?

v   Ocorrem em pacientes acamados e/ou com restrição de movimentos.
v   Fatores de risco: imobilidade, pressões prolongadas, fricção, traumatismos, idade avançada, desnutrição, incontinência urinária fecal, infecção, deficiência de vitamina, pressão arterial, umidade excessiva, edema.
v   As úlceras podem causar: dor, sofrimento, além de contribuir para o aumento dos custos com internações e tratamentos.
v   A equipe multiprofissional que acompanha o paciente deve de realizar estratégias para o tratamento, porém a prevenção ainda é a melhor opção.
v   As ações de enfermagem devem estar associadas à implantação de estratégias de prevenção.


TECIDO NECRÓTICO

Necrose é a morte de tecido local devido à falta de oxigenação por irrigação sanguínea.
Algumas feridas crônicas podem apresentar tecido necrótico: escara ou esfacelo, que não podem ser removidos por limpeza normal  ou por irrigação.

·         Efeito da necrose na ferida:

Qualquer tecido desvitalizado apresenta um impedimento físico à granulação e epitelização. O novo tecido formado não será capaz de se “desenvolver”  para preencher a ferida.
O tecido necrótico fornece também um meio ideal para a proliferação bacteriana. Para melhorar o ambiente da ferida e tornar mais rápida a cicatrização, o material necrótico deve ser removido - DESBRIDADO.

·         Escara: material seco e escuro, parecido com couro, que resulta da destruição de células e de vasos sanguíneos.

·         Esfacelos: substância úmida e amarelada, composta de tecido ou de uma mistura de fibrina e pus que contém bactérias e leucócitos, mole e úmida.


DESBRIDAMENTO

Desbridar, remover escaras ou esfacelo.

1.     Objetivos:

     Limpar a ferida deixando em condições adequadas para cura;
     Reduzir conteúdo bacteriano impedindo a proliferação dos mesmos;
     Preparação para intervenção cirúrgica .
     
2.     Benefícios

     Remoção de bactérias;
     Diminuição da incidência de infecção.
     Permitir a ação de leucócitos.
     Redução do odor.
       Eliminação do obstáculo da cicatrização.



CICATRIZAÇÃO

Cicatrização é um processo fisiológico pelo qual o corpo substitui e restabelece a função normal dos tecidos danificados.

http://www.forp.usp.br/restauradora/laser/Luciana/Image96.gif



1. Fisiologia da cicatrização das feridas

  1. FASE INFLAMATÓRIA OU EXSUDATIVA: Dura cerca de 72 horas. Ocorre a ativação do sistema de coagulação sanguínea e de plaquetas, fator de crescimento, serotonina, adrenalina e fatores do complemento entre outros. Nesta fase a ferida pode apresentar edema, vermelhidão e dor.

  1.  FASE PROLIFERATIVA OU REGENERATIVA: Pode durar de 1 a 14 dias e se caracteriza pela formação do tecido de granulação.

  1. FASE REPARATIVA OU DE MATURAÇÃO: Na última fase da cicatrização a ocorre maturação das fibras colágenas, remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. Aumenta a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Esta fase tem início no terceiro dia e pode durar até seis meses.

2. Tipos de cicatrização

Maneira pela qual uma ferida:

v   Primeira intenção (união primária ) - ocorre quando as bordas da ferida são apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo.

v   Segunda intenção (granulação) - Ocorre perda excessiva de tecido e presença de infecção. O processo de reparo é mais complicado e demorado. Esse método de reparo é também denominado cicatrização por granulação, pois no abscesso formam-se brotos minúsculos chamados granulações.

v   Terceira intenção (sutura secundária ) - caso uma ferida não tenha sido suturada inicialmente ou as suras se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada. Isso é feito pelo cirurgião que, após a drenagem do material, promove a aproximação das bordas.


3. Fatores que interferem na cicatrização

ž  Fatores locais: Localização, presença de infecção, profundidade da ferida, presença de secreção, edema, trauma, ambiente seco, corpo estranho, necrose.
ž   Fatores sistêmicos: idade, nutrição, doenças crônicas associadas, insuficiências vasculares, uso de medicamentos sistêmicos (antiinflamatórios, antibióticos, esteróides e agentes quimioterápicos);

ž   Tratamento tópico inadequado:
Ø  sabão tensoativo na lesão cutânea aberta pode ter ação citolítica;
Ø  soluções anti-sépticas também pode ter ação citolítica.



CURATIVO

Curativos: É um procedimento utilizado para a limpeza, proteção e tratamento das lesões.
               
Com a evolução dos tratamentos os tratamentos também evoluíram de curativos passivos (gazes, compressas), para curativos ativos (interativos, bioativos), alterando o tratamento de feridas.

Curativos de grande extensão ou grande contaminação, devem ser realizados pelo enfermeiro, mas na prática o técnico de enfermagem geralmente realiza todos os curativos, sendo assim é importante esse profissional estar apto a realizar corretamente o procedimento bem como as anotações das características do curativo.

“Tratar de uma lesão, não significa apenas aplicar um produto ou substância, significa cuidar de um ser único, que possui suas peculiaridades e devem ser respeitadas na hora de escolher a forma de tratamento e a técnica de curativo. As técnicas de curativos são procedimentos assépticos que vão desde a irrigação com solução fisiológica até a cobertura específica que auxiliarão no processo de cicatrização. A enfermagem deve ser bastante criteriosa, quanto aos medicamentos nas lesões e nas técnicas de curativos corretas, sem contaminações, pois podem interferir de uma forma positiva ou negativa na cicatrização.”

O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o tamanho da ferida.
Em alguns casos é necessária uma compressão, em outros lavagem exaustiva com solução fisiológica e outros exigem imobilização com ataduras.

1. Finalidade do curativo
v  Remover corpos estranhos;
v   Limpar a lesão;
v   Reaproximar bordas separadas;
v   Promover hemostasia;
v   Evitar o aparecimento de infecções nas feridas assépticas;
v   Impedir a propagação de infecções nas feridas sépticas;
v   Preencher espaço morto e evitar a formação de sero-hematomas;
v   Manter contato de medicamentos junto às feridas e adjacências;
v   Fazer debridamento mecânico e remover tecido necrótico;
v   Absorver exsudato e secreções e facilitar a drenagem;
v   Manter a umidade da superfície da ferida;
v   Fornecer isolamento térmico;
v   Proteger e isolar a ferida do meio externo e contra trauma mecânico. Favorecer a cicatrização da ferida;
v   Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida;
v   Proporcionar maior conforto físico e psicológico aos clientes;
v   Diminuir a intensidade da dor.

2. Tipos de curativos

v  Simples ou aberto: consiste na limpeza das lesões com antissépticos e aplica-se medicação sem cobrir o local da lesão. Ex.: escoriações.

v   Oclusivo: o ferimento não fica exposto. não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica, impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida. Pode ser:

a)  Seco: uma camada de gaze e prender com atadura ou esparadrapo.
b) Úmido: aplica-se solução antisséptica para remover as bactérias, as células descamadas, crostas e exsudato inflamatório e o ferimento é protegido com gaze umedecida.

c) Compressivo: colocada compressa para interferir na hemostasia sanguínea.

v   Contensivo: Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, ajudar na aproximação das extremidades da ferida. Através de esparadrapos, espátulas e outros.

3. Classificação do Curativo de acordo com o Tamanho da Ferida

v  Curativo pequeno: curativo realizado em ferida pequena: aproximadamente 16 cm2. (ex: cateteres venosos e arteriais, cicatrização de coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular, hemorroidectomia, pequenas incisões, traqueotomia. Cateter de diálise e intermitente).

v   Curativo Médio: curativo realizado em ferida média, variando de 16,5 a 36 cm2. (ex: Cesáreas infectadas, incisões de dreno, lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar).

v   Curativo grande: curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2. (ex: Incisões contaminadas, grandes cirurgias – incisões extensas (cirurgia torácica, cardíaca), queimaduras (área e grau), toracotomia com drenagem, úlceras infectadas, Outros).

v   Curativo Extra Grande: curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2 (ex: Todas as ocorrências de curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de justificativa médica).

O  curativo  ideal é o melhor curativo é aquele que imita a pele e mantém um ambiente úmido a fim de favorecer a migração celular.
         

4. Coberturas

São materiais, produtos ou substâncias que se utiliza sobre lesões para ocluir, comprimir, umedecer, tratar e proteger.

Tipos de cobertura:

v   Passivos: são utilizados produtos que protegem e cobrem as feridas, como: algodão, gazes, gazes medicadas, esparadrapos, micropore, fitas cirúrgicas.

v   Interativos ou hidroativos: são utilizados materiais projetados para manter um microambiente ótimo para cura da ferida, como: películas polimerizadas, espumas polimerizadas, polímeros fibrosos e de partículas, hidrogéis, hidrocolóides.

v   Bioativos: são curativos que resgatarão ou estimularão a liberação de substancias ativas durante o processo de cura, como: alginato de cálcio, polissacarídeos, hidrogéis, hidrocolóides.


5. Soluções e Medicamentos Utilizados

SORO FISIOLÓGICO:
v   Usa para limpeza da ferida e área adjacente;
v   É utilizado para lavagem em jato, remoção não-mecânica de resíduos;
v   Aquecido evita a vaso-constrição e produz conforto. É importante na formação do tecido de granulação.
v   Depois de aberto o frasco, deverá permanecer com sua abertura protegida com tampa estéril e sua validade será de 24 horas em geladeira ou 12 horas em temperatura ambiente.
v   O frasco deve ser datado e assinado pelo funcionário que o abriu.

GAZE E ATADURA

É um tecido leve, de algodão, muito poroso, estéril (ou esterilizável), de elasticidade, espessura, forma, reticulado e tamanho variáveis, conforme o uso a que se destina.
PVP-I (POVIDINE – IODO) : iodo e polivinilpirrolidona

v  O iodo é um agente microbicida eficiente contra muitas espécies de bactérias, é esporicida, fungicida, viricida e amebicida.

v  Indicado para a anti-sepsia da pele e é geralmente o agente mais efetivo, pois destrói compostos metabólicos dos microorganismos por oxidação e inativa enzimas quando combinado com o aminoácido tirosina.

v  É passível de contaminação, sendo necessário rotina de troca de solução: se dose única ou frascos pequenos trocar diariamente; em almotolia trocar a cada 7 dias.

CREME DE SULFADIAZINA DE PRATA

ž  Conceito/Composição: Sulfadiazina de prata micronizada a 1%.

ž  Mecanismo de ação: Atua contra uma grande variedade de microorganismos, como: bactérias gram - +, fungos, vírus e protozoários.

ž  Indicações: Priorizado para tratamento de queimaduras, mas utiliza-se também em feridas necróticas e infectadas.

ž  Contraindicações: Presença de hipersensibilidade aos componentes e leucopenia transitória.

ž  Periodicidade de troca: Para manter sua ação deve ser  trocado a cada 12 h. Se mantida aberta, sua troca deverá ser
feita a cada 8 h.


AGE: ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL

ž  Conceito/Composição: Triglicerídios de cadeia média, compostos por óleo vegetal cuja composição: ácido linoléico, ácido caprílico, vitamina A e lecitina de soja.

ž   Mecanismo de Ação: Promove a angiogênese, mantém o meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual. A aplicação em pele íntegra tem grande absorção, forma uma película protetora na pele, previne escoriações devido à alta capacidade de hidratação e proporciona nutrição celular local.

ž  Indicação: Lesões abertas (com ou sem infecção), Deiscência de sutura, profilaxia de úlceras de pressão.

ž  Contraindicação: não relatada.

HIDROCOLÓIDE

ž  Conceito/Composição: Curativo composto de celulose, gelatina, pectina e um revestimento feito de filme ou espuma de poliuretano.

ž  Mecanismo de ação: Estimulam a angiogênese (devido hipóxia no leito da ferida), absorvem pequena quantidade de exsudato, mantém a umidade.

ž  Indicações: têm maior eficácia nas feridas com exsudação de baixa a moderada.

ž  Funciona como uma barreira bacteriana, protegendo a ferida 

ž  Podem permanecer em torno de 1 a 7 dias quando são facilmente trocados. Surgindo uma secreção gelatinosa marrom amarelada de odor característico, não deve ser confundida com pus, pois é o exsudato da própria lesão mesclado com hidrocolóide.

HIDROGEL

ž  Conceito/Composição: Gel transparente, incolor, composto por água (77,7%), carboximetilcelulose (CMC:2,3%) e propilenoglicol (PPG: 20%).
ž  Mecanismo de ação: Amolece e remove tecido desvitalizado através de desbridamento autolítico. A água mantém o meio úmido.

ž  Indicações: Lesões com pouca exsudação; para remover crostas, fibrina, tecidos desvitalizados ou necrosados.

ž  Contraindicações: Lesões excessivamente exsudativas.

ž  Periodicidade de trocas: Necrose: no máximo a cada 72 horas;  Manutenção da umidade: a cada 24 horas

COLAGENASE

ž  Conceito/Composição: Pomada enzimática composta por clostridiopeptidase e enzimas proteolíticas.

ž  Mecanismo de ação: Degrada o colágeno nativo da ferida.

ž  Indicações: Feridas com tecido desvitalizado; com necrose úmida e tecido de fibrina.

ž  Contra-indicações: Feridas com cicatrização por 1° intenção; usuários sensíveis ao produto.

ž  Periodicidade de trocas: Necrose: no máximo a cada 72 horas; Outros casos: a cada 24 horas


6. Principais erros cometidos ao se fazer um curativo
ž  Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas;
ž  Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo;
ž  Trocar o curativo em excesso em feridas secas;
ž  Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes;
ž  Esquecer de fazer as anotações ou não fazê-las corretamente.


7. Materiais para o procedimento

PREPARAÇÃO DO CARRINHO DE CURATIVO:
Materiais Diversos:
ž  Cuba – rim
ž  Gaze em pacotinhos individualizados (5 cada pacote).
ž  Lâmina de bisturi para corte de fitas adesivas, coberturas, etc.
ž  Luvas de procedimentos e estéreis.  
ž  Hastes flexíveis com ponta de algodão esterilizadas e embaladas individualmente.
ž  Compressa cirúrgica de algodão estéril;
ž  Soluções e coberturas indicadas.
ž  Saco plástico para descarte de curativo sujo;
ž  Fitas adesivas (esparadrapo, micropore...); Outros materiais conforme o tipo de necessidade.

8.  Técnica para realizar o curativo

1.     Preparar o material no posto de enfermagem;
2.     Lavar as mãos;
3.     Preparar o local para manuseio dos materiais, colocar a cuba rim ou bandeja de inox próxima ao local do curativo ;
4.     Local de descarte;
5.     Abrir os pacotes de curativo com técnica asséptica, dispor as pinças em ordem de uso. Delimitar imaginariamente espaço livre no campo para separar o material contaminado da área estéril;
6.     Explicar o procedimento para o paciente;
7. Posicioná-lo da forma mais confortável possível;
8. Calçar as luvas de procedimento e com a mão dominante retirar as camadas de curativos com cuidado de forma a evitar o contato com a ferida;
9. Trocar de luva (se for usar a luva estéril);
10. Evitar não contaminar  a mão dominante; 
11. Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que contenha sabão, o que removerá mecanicamente alguns patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à pele.

12. Fazer um chumaço de gaze e embebê-lo com soro fisiológico (SF 0,9%), mantendo uma distância entre o frasco e o chumaço, para evitar contaminação. 

13. Proceder à limpeza da área seguindo o princípio do menos para o mais contaminado: a limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a mais contaminada, evitando-se movimentos de vaivém. Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida.

Obs.: Em caso de múltiplas feridas, prioriza-se as  não  infectada,  drenos  e  por último as colostomias, ulceras necrosadas e fístulas em geral; 

Obs.: Em presença de tecido de granulação nunca friccione, apenas use jatos de soro fisiológico;

14.  Mantenha sempre o leito da ferida úmido e as bordas levemente secas;

15. Secar toda a área com chumaços secos de gaze;

16. Fazer novo chumaço, embebê-lo com solução antisséptica (PVPI tópico) e aplicar na ferida;

17. Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado, lavar as feridas com soro fisiológico em jato ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais)

Obs.: Em feridas contaminadas, deve-se iniciar a antissepsia da área mais distante para a mais próxima da ferida;

18. Secar toda a área na mesma sequência;

19. Quando necessário usar pomadas, Papaína, hidrogel, AGE, Sulfa, etc.  de acordo com as características da ferida e a prescrição médica;

20. Cobrir o ferimento com gazes abertas ou dobradas e atadura conforme a extensão da ferida; Desprezar as pinças na cuba rim;

21. Fixar as gazes com esparadrapo ou micropore; em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à mobilidade (articulações), presença de pelos ou secreções. Nesses locais deve-se utilizar ataduras, estas devem ser colocadas de maneira que não afrouxem nem comprimam em demasia. O enfaixamento e não deve ocasionar nenhum tipo de desconforto ao paciente.

22. Identificar um esparadrapo sobre o curativo com o nome de quem o realizou, data, hora e assinatura;

23.  Confortar o paciente;

24. Desprezar o material contaminado vidamente;

25.  Encaminhar o material usado à Central de Esterilização de Materiais;

26. Lavar as mãos e friccionar com álcool 70% glicerinado;

27. Anotar o procedimento no prontuário do paciente.


9. Características da limpeza dos tipos de curativos

CURATIVO LIMPO
a)       Ferida limpa e fechada
b)       O curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
c)       Após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.

CURATIVO COM DRENO

a)       O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número de trocas está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.

b)       Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e após este período poderá permanecer exposta e lavada com água e sabão.

d)    Sistemas de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos ocluídos com bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas. Após este período, a manutenção da bolsa estéril fica a critério médico.

e)       A mobilização do dreno fica a critério médico.

f)        Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.

CURATIVO CONTAMINADO

a)       O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco.
b)        O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem, devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
c)        O curativo deve ser protegido durante o banho.
d)        A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
e)        A antissepsia deve ser realizada com PVP-I tópico.
f)         As soluções antissépticas  degermantes  são contrai ndicadas em feridas abertas, pois os tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares, produzem hemólise e são absorvidos pelas proteínas, interferindo prejudicialmente no processo cicatricial.
g)        Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de prevenir aderência nos tecidos.
h)        Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab), para monitorização microbiológica.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/56/Thoracic_drain_dressing.png    http://img269.imageshack.us/img269/6808/31072010288.jpg


10. Cuidados de enfermagem na realização de curativos

v   Lavar as mãos antes e depois de atender o paciente
v   Manipular o material estéril sempre com auxilio de pinças ou luvas estéreis
v   Limpar a ferida com soro fisiológico 0,9%
v   Empregar antisséptico (se necessário) na ferida e ao redor da mesma
v   Orientar o paciente sobre os cuidados: não tocar com a mão na ferida, não falar sobre a lesão, não pegar em materiais esterilizados
v   Deixar a ferida e os materiais estéreis expostos o menor tempo possível
v   Preparar o ambiente: fechar as janelas, evitar correntes de ar
v   Dispor o material de modo que fique cômodo para o profissional e o cliente, evitando ao máximo a contaminação
v   As feridas que drenam necessitam troca de curativos cada vez que estejam úmidos com exsudatos;
v   Se há contra indicação para mudar frequentemente o curativo este poder ser reforçado com mais gazes estéreis secas, para inibir a passagem de germes do exterior para a ferida;
v   Não falar ao manipular o material estéril ou a ferida;
v   Usar máscara nos casos de suspeita de infecção de vias aéreas ou quando houver risco de respingos de sangue ou pus;
v   Os tecidos necrosados devem ser retirados pelo enfermeiro ou médico;
v   Colocar na proteção da ferida somente material estéril, mesmo aqueles que não estejam em contato com a lesão;
v   Remover secreções;
v   Jamais colocar o material contaminado na cama, na mesa de cabeceira ou no recipiente de lixo do cliente.
11.  Retirada de pontos  (sutura)

É a retirada de fios (sutura), colocados para aproximar as bordas de uma lesão, com intuito de facilitar a cicatrização.
O tempo destinado à retirada de pontos dependerá da localização no corpo, cicatrização, condição de infecção da ferida.

Tabela abaixo do de tempo para retirada de pontos, esse tempo é variável:
-  face: 1 a 3 dias
-  pescoço: 2 a 4 dias
-  couro cabeludo: após 7 dias
-  tronco e extremidades: 6 a 10 dias
-  articulações: 8 a 12 dias

Tipos de sutura:
v   Fios não absorvíveis: poliéster, seda, suturas da pele
v   Fios absorvíveis: catgut ou fibra sintética.

Material utilizado
v  Pacote de curativo (se necessário),  Pacote para retirada de pontos,  SF 0,9% ,  Cuba rim  ou bandeja,  Lixo contaminado

Procedimentos
  1. Lavar as mãos
  2. Avaliar se a incisão está fechada;
  3. Preparo do cliente e do material
  4. Retirar curativo, se houver;
  5. Limpar a incisão cirúrgica;
  6. Cortar a extremidade mais curta do ponto o mais próximo possível da pele;
  7. Coloque os pontos retirados sobre uma gaze;
  8. Cobrir a ferida somente se houver necessidade;
  9. Orientar o paciente a realizar a higiene em domicílio;
  10. Desprezar o material adequadamente;
  11. Anotar dados no prontuário.


12. Destinação do lixo da sala de curativos

O lixo deve ser separado em recipientes próprios de acordo com sua natureza:

a) materiais perfurocortantes: seringas com agulha, agulhas, ampolas, laminas de bisturi e barbear, equipos com escalpe, escalpes. Serão armazenados em caixa própria denominada DESCARPAX.

b) materiais contaminados: gesso, talas, gazes, algodão, drenos, luvas, bolsas coletoras, papel higiênico de pacientes, fraldas descartáveis,  restos alimentares de pacientes, etc. Armazenados em lixeira com tampa e revestida com saco plástico.

c) materiais recicláveis: papel, pacotes de material esterilizado, copos plásticos. Armazenados separadamente.


13. Anotação de curativo
Após cada curativo devem ser anotadas no prontuário do paciente as seguintes informações sobre a lesão:
v   Localização anatômica;
v   Tamanho e profundidade;
v   Tipo de Tecido
v   Presença de secreção / exsudato (quantidade, aspecto, odor);
v   Bordas e Pele;
v   Presença de crosta;
v   Presença de calor, rubor, hiperemia e edema.
Observações: A anotação do curativo, bem como os materiais gastos deverão ser anotados ao término de cada curativo, evitando assim erros e esquecimentos de anotações; Se houver mais de um curativo em um mesmo paciente anotar as informações separadas para cada um deles citando a localização do mesmo.



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