Cuidados na prevenção de Escara
Avaliar o risco de UP através das escalas;
Utilizar
colchão de poliuretano (colchão de caixa de ovo);
Utilizar
coxins, travesseiros, para amenizar áreas de pressão;
Tratamento
precoce da pele a fim de prevenir a lesão;
Orientar
mudanças de decúbitos frequentemente;
Checar as
áreas vulneráveis da pele dos pacientes de risco e otimizar o estado dessa pele
(hidratação);
Manter
panturrilhas e tornozelos apoiados em almofadas;
Realizar
higiene íntima e/ou corporal sempre que necessário;
Monitorar e
documentar intervenções e resultados obtidos.
- ÚLCERAS DE PERNA DE ORIGEM VENOSA
Conceito e Causa: Úlcera crônica de perna é definida como qualquer ferimento
abaixo do joelho, incluindo o pé, que não cicatriza em um período menor que
seis semanas.
As principais causas da insuficiência venosa
crônica que culminam no aparecimento das úlceras de estase são as varizes
primárias e a síndrome pós- trombótica.
Há vários tipos de úlceras de perna: provenientes de ferimentos
infectados, ou devidas a doenças infecciosas (sífilis, tuberculose,
leishmaniose); por defeitos de glóbulos sangüíneos (anemia
falciforme); por doenças auto-imunes (esclerodermia); por hipertensão
arterial* ; por má irrigação sanguínea da perna (úlceras isquêmicas);
úlceras dos diabéticos; tumores de pele; e úlceras venosas. Das
úlceras de perna, 73% são de origem venosa.
* devido a
isto, deve-se verificar a pressão arterial constantemente
·
CURATIVOS NA ÚLCERA
Segundo Cruse
e Foord todas as feridas estão colonizadas por bactérias, não significando isso
que todas elas ficarão automaticamente infectadas e definiram : ferida
infectada é aquela que é purulenta. Todo rigor de higiene deve ser usado para
se fazer o curativo, inclusive o uso de gorro e máscara.
O curativo ideal ainda não existe, contudo sete
critérios devem ser observados para se alcançar este objetivo:
- Manter a ferida limpa.
- Remover o excesso de exsudação.
- Permitir a troca gasosa.
- Fornecer isolamento térmico.
- Torná-lo impermeável às bactérias.
- Isentá-los de partículas e de tóxicos contaminadores de feridas.
- Permitir a remoção do curativo sem causar traumas na ferida.
Mais de um
tipo de curativo pode ser necessário durante a cicatrização de uma úlcera.
A limpeza da úlcera deve ser feita com soro fisiológico a 0,9%, com uma
seringa de 20mL e agulha 8, ou frasco de soro perfurado. Com uma forte pressão,
lança-se a uma distância de 20 cm o jato de soro, no leito da úlcera, efetuando
a limpeza da mesma e evitando que a fricção da gaze diretamente sobre a lesão
provoque sangramento e destrua o tecido de granulação, dificultando assim, a
cicatrização.
Dentre os
anti-sépticos mais usados em úlceras venosas estão: água oxigenada, hipoclorito
de sódio, clorexedine, permanganato de potássio, iodo povidona (PVPI 10%) e as
tinturas como violeta de genciana, mercúrio cromo entre outros.
Porém não são
eficazes na cicatrização de úlceras, sendo citotóxicos para os fibroblastos e
dificultando a granulação normal. De acordo com Falanga anti-sépticos não devem
ser utilizados no leito das úlceras.
Antibióticos
tópicos também não têm sido recomendados pois, não há comprovação segura da sua
eficácia nos planos profundos, uma vez que agem apenas na camada superficial.
Em úlceras venosas, com presença de infecção, a flora é polimicrobiana (
aeróbica e anaeróbica), e a cicatrização se dá de forma mais lenta quando
infectadas.
Segundo
Fonseca, estando a úlcera infectada, podem existir alguns sintomas e sinais
como febre, eritema, dor local, celulite, induração e presença de secreção
purulenta, portanto, estes devem ser verificados e anotados no prontuário do
paciente.
Em alguns
casos de úlcera o desbridamento pode ser necessário, sendo eles:
Desbridamento
químico: compreende as colagenases( Iruxol®, Fibrase® associada ao
Clorofenicol, Cauterex®e Pancutam® ).Devem ser usadas quando a quantidade de
tecido necróticona úlcera for pequena. Agem quebrando, quimicamente, os tecidos
colágenos por ação enzimática. Não devem ser usadas por mais de 2 semanas, pois
provocam maceração tanto dos tecidos normais, quanto dos necrosados.
Desbridamento
mecânico: feito com soro fisiológico ou no chuveiro.
Desbridamento
cirúrgico: em áreas com extenso tecido necrótico, feito com tesoura e bisturi
sob anestesia local ou bloqueio, retirando os tecidos desvitalizados e
reavivando os bordos, ou de acordo com a necessidade; ter cuidado para não
lesar os tecidos vitalizados.
- ORIENTAÇÕES AO PACIENTE PORTADOR DE ÚLCERA
- Instrua
o paciente para observar os sinais/sintomas de infecção: dor crescente,
vermelhidão se espalhando pelas pernas acima ou aos dedos dos pés, sensação de
calor nas pernas ou aumento de temperatura ao toque, aumento de odor, etc.
- Utilizar
medicação conforme prescrição médica;
- Verificar
pressão arterial periodicamente;
- Controlar
a glicemia;
- Controlar
colesterol;
- Controlar
triglicérides;
- Manter
uma alimentação balanceada; manter o peso do corpo dentro de limites normais
- Realizar
atividade física quando possível;
- Manter
a qualidade do sono e repouso;
- Proteger
as pernas, evitando bater ou lesar as mesmas;
- Evitar
permanecer em pé por períodos prolongados;
- Uso
adequado de meias elásticas;
- Elevar
as pernas quando estiver sentado.
- ORIENTACOES AO PROFISSIONAL QUANTO CUIDADOS ÀS ÚLCERAS
- Realizar
curativo conforme prescrição;
- Conhecer
a fisiopatologia da condição incluindo cronicidade;
- Seguir
o protocolo de tratamento;
- Observar
tipo de curativo prescrito;
- Saber
a freqüência da substituição do curativo;
- Promover
o cuidado integral da saúde da pessoa durante o tratamento das feridas;
- Seguir
protocolos de tratamento para o controle de outros problemas de saúde;
- Manter
os curativos limpos.
FERIDAS E CURATIVOS
A pele é o
maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: proteção contra
infecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no
controle da temperatura.
FERIDAS
Ferida pode ser
definida como qualquer ruptura da integridade da pele, membranas, mucosas ou
qualquer outra estrutura do corpo. (BORGES, 2001).
Podendo ser
causada por diferentes razões, apresentando-se com diferentes formas, tamanhos
e profundidades. (MARQUEZ, 2003) .
CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS
1. De acordo
com a causa:
v Incisas ou
cirúrgicas: produzidas por um
instrumento cortante. As feridas limpas geralmente são fechadas por suturas.
v Contusas: produzidas por objeto rombo e
são caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema.
v Laceradas: aquelas com margens
irregulares como as produzidas por vidro ou arame farpado.
v Perfurantes: são caracterizadas por
pequenas aberturas na pele. Um exemplo são as feridas feitas por bala ou ponta
de faca.
2. De acordo
com o grau de contaminação:
v Limpas: não apresentam inflamação e em que não são
atingidos os tratos respiratório,
digestivo, genital ou urinário)
v Limpas contaminadas: tempo
inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento.
v Contaminadas: tempo superior a 6 horas
entre o trauma e o atendimento, presença de contaminantes.
v Infectadas ou sujas: presença de
microorganismos, pus.
3. De acordo
com o comprometimento tecidual (estágio I, II, III e IV)
v Estágio I - caracteriza-se pelo comprometimento da
epiderme apenas, com formação de eritema em pele íntegra e sem perda tecidual.
v Estágio II - caracteriza-se por úlcera, ocorre perda
tecidual e comprometimento da epiderme, derme ou ambas.
v Estágio III - caracteriza-se por presença de úlcera profunda,
com comprometimento total da pele e necrose de
v tecido subcutâneo, entretanto
a lesão não se estende até a fáscia muscular.
v Estágio IV - caracteriza-se por extensa destruição de
tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular ou necrose tissular.
4. De acordo
com o tempo de evolução:
v Agudas: de fácil resolução
v Crônicas: longa duração
PORQUE PRECISAMOS AVALIAR A FERIDA?
Para trazer conforto e segurança ao paciente;
Saber qual o curativo ideal para o tipo de
ferida;
Obter maior chance de sucesso;
Ter menos risco de infecções;
Reduzir custos.
PRINCÍPIOS PARA AVALIAÇÃO DE UMA FERIDA
Qual o tamanho?
Qual a localização?
Qual a fase de cicatrização?
Qual o tempo da lesão?
Qual a característica da pele ao redor da
lesão.
ÚLCERA DE PRESSÃO
A úlcera de
pressão é uma lesão de pele causada pela interrupção sanguínea em uma
determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão aumentada por um período
prolongado.
Também é
conhecida como úlcera de decúbito, escara ou escara de decúbito.
O termo escara
deve ser utilizado quando se tem uma parte necrótica ou crosta preta na lesão.
1.
Como se
desenvolve?
A úlcera de
pressão se desenvolve quando se tem uma compressão do tecido mole entre uma
proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado.
O local mais
frequente para ocorrer é na região sacra, calcâneo, nádegas, trocânteres,
cotovelos e tronco.
Áreas mais
afetadas
2. Quais as causas e fatores de risco?
v Ocorrem em pacientes acamados e/ou com
restrição de movimentos.
v Fatores de risco: imobilidade, pressões
prolongadas, fricção, traumatismos, idade avançada,
desnutrição, incontinência urinária fecal, infecção, deficiência de
vitamina, pressão arterial, umidade excessiva, edema.
v As úlceras podem causar: dor, sofrimento, além
de contribuir para o aumento dos custos com internações e tratamentos.
v A equipe multiprofissional que acompanha o
paciente deve de realizar estratégias para o tratamento, porém a prevenção
ainda é a melhor opção.
v As ações de enfermagem devem estar associadas
à implantação de estratégias de prevenção.
TECIDO NECRÓTICO
Necrose é a
morte de tecido local devido à falta de oxigenação por irrigação sanguínea.
Algumas feridas
crônicas podem apresentar tecido necrótico: escara ou esfacelo, que não podem
ser removidos por limpeza normal ou por
irrigação.
·
Efeito
da necrose na ferida:
Qualquer tecido
desvitalizado apresenta um impedimento físico à granulação e epitelização. O
novo tecido formado não será capaz de se “desenvolver” para preencher a ferida.
O tecido
necrótico fornece também um meio ideal para a proliferação bacteriana. Para
melhorar o ambiente da ferida e tornar mais rápida a cicatrização, o material
necrótico deve ser removido - DESBRIDADO.
·
Escara: material seco e escuro,
parecido com couro, que resulta da destruição de células e de vasos sanguíneos.
·
Esfacelos: substância úmida e amarelada,
composta de tecido ou de uma mistura de fibrina e pus que contém bactérias e
leucócitos, mole e úmida.
DESBRIDAMENTO
Desbridar,
remover escaras ou esfacelo.
1. Objetivos:
• Limpar a ferida deixando em
condições adequadas para cura;
• Reduzir conteúdo bacteriano
impedindo a proliferação dos mesmos;
• Preparação para intervenção cirúrgica .
2. Benefícios:
• Remoção de bactérias;
• Diminuição da incidência de
infecção.
• Permitir a ação de
leucócitos.
• Redução do odor.
• Eliminação do obstáculo da
cicatrização.
CICATRIZAÇÃO
Cicatrização é
um processo fisiológico pelo qual o corpo substitui e restabelece a função normal
dos tecidos danificados.
1. Fisiologia da cicatrização das feridas
- FASE INFLAMATÓRIA OU EXSUDATIVA: Dura cerca de 72 horas. Ocorre a ativação do sistema de coagulação sanguínea e de plaquetas, fator de crescimento, serotonina, adrenalina e fatores do complemento entre outros. Nesta fase a ferida pode apresentar edema, vermelhidão e dor.
- FASE PROLIFERATIVA OU REGENERATIVA: Pode durar de 1 a 14 dias e se caracteriza pela formação do tecido de granulação.
- FASE REPARATIVA OU DE MATURAÇÃO: Na última fase da cicatrização a ocorre maturação das fibras colágenas, remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. Aumenta a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Esta fase tem início no terceiro dia e pode durar até seis meses.
2. Tipos de cicatrização
Maneira pela
qual uma ferida:
v Primeira
intenção (união primária ) - ocorre quando as bordas da ferida são apostas ou aproximadas, havendo
perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo.
v Segunda intenção
(granulação) - Ocorre perda
excessiva de tecido e presença de infecção. O processo de reparo é mais
complicado e demorado. Esse método de reparo é também denominado cicatrização
por granulação, pois no abscesso formam-se brotos minúsculos chamados
granulações.
v Terceira
intenção (sutura secundária ) - caso uma ferida não tenha sido suturada
inicialmente ou as suras se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada.
Isso é feito pelo cirurgião que, após a drenagem do material, promove a
aproximação das bordas.
3. Fatores que interferem na cicatrização
Fatores locais: Localização, presença de infecção, profundidade da
ferida, presença de secreção, edema, trauma, ambiente seco, corpo estranho,
necrose.
Fatores sistêmicos: idade, nutrição,
doenças crônicas associadas, insuficiências vasculares, uso de medicamentos
sistêmicos (antiinflamatórios, antibióticos, esteróides e agentes
quimioterápicos);
Tratamento tópico inadequado:
Ø sabão tensoativo na lesão
cutânea aberta pode ter ação citolítica;
Ø soluções anti-sépticas também
pode ter ação citolítica.
CURATIVO
Curativos: É um procedimento utilizado para a limpeza, proteção e tratamento das
lesões.
Com a evolução
dos tratamentos os tratamentos também evoluíram de curativos passivos (gazes,
compressas), para curativos ativos (interativos, bioativos), alterando o
tratamento de feridas.
Curativos de
grande extensão ou grande contaminação, devem ser realizados pelo enfermeiro,
mas na prática o técnico de enfermagem geralmente realiza todos os curativos,
sendo assim é importante esse profissional estar apto a realizar corretamente o
procedimento bem como as anotações das características do curativo.
“Tratar de uma
lesão, não significa apenas aplicar um produto ou substância, significa cuidar
de um ser único, que possui suas peculiaridades e devem ser respeitadas na hora
de escolher a forma de tratamento e a técnica de curativo.
As técnicas de curativos são procedimentos assépticos que vão desde a
irrigação com solução fisiológica até a cobertura específica que auxiliarão no
processo de cicatrização. A enfermagem deve ser bastante criteriosa, quanto aos
medicamentos nas lesões e nas técnicas de curativos corretas, sem
contaminações, pois podem interferir de uma forma positiva ou negativa na
cicatrização.”
O Tipo de
curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o
tamanho da ferida.
Em alguns casos
é necessária uma compressão, em outros lavagem exaustiva com solução
fisiológica e outros exigem imobilização com ataduras.
1. Finalidade do curativo
v Remover corpos estranhos;
v Limpar a lesão;
v Reaproximar bordas separadas;
v Promover hemostasia;
v Evitar o aparecimento de infecções nas feridas
assépticas;
v Impedir a propagação de infecções nas feridas
sépticas;
v Preencher espaço morto e evitar a formação de
sero-hematomas;
v Manter contato de medicamentos junto às
feridas e adjacências;
v Fazer debridamento mecânico e remover tecido necrótico;
v Absorver exsudato e secreções e facilitar a
drenagem;
v Manter a umidade da superfície da ferida;
v Fornecer isolamento térmico;
v Proteger e isolar a ferida do meio externo e
contra trauma mecânico. Favorecer a cicatrização da ferida;
v Limitar a movimentação dos tecidos em torno da
ferida;
v Proporcionar maior conforto físico e
psicológico aos clientes;
v Diminuir a intensidade da dor.
2. Tipos de curativos
v Simples ou aberto: consiste na limpeza das lesões com antissépticos e
aplica-se medicação sem cobrir o local da lesão. Ex.: escoriações.
v Oclusivo: o ferimento não fica exposto.
não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica, impede a
perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida. Pode ser:
a) Seco:
uma camada de gaze e prender com atadura ou esparadrapo.
b) Úmido:
aplica-se solução antisséptica para remover as bactérias, as células
descamadas, crostas e exsudato inflamatório e o ferimento é protegido com gaze
umedecida.
c) Compressivo:
colocada compressa para interferir na hemostasia sanguínea.
v Contensivo: Utilizado para reduzir o fluxo
sanguíneo, ajudar na aproximação das extremidades da ferida. Através de
esparadrapos, espátulas e outros.
3. Classificação do Curativo de acordo
com o Tamanho da Ferida
v Curativo pequeno: curativo realizado em ferida pequena:
aproximadamente 16 cm2. (ex: cateteres venosos e arteriais, cicatrização de
coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular,
hemorroidectomia, pequenas incisões, traqueotomia. Cateter de diálise e intermitente).
v Curativo Médio: curativo realizado em ferida
média, variando de 16,5 a 36 cm2. (ex: Cesáreas infectadas, incisões de dreno,
lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar).
v Curativo grande: curativo realizado em
ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2. (ex: Incisões contaminadas, grandes
cirurgias – incisões extensas (cirurgia torácica, cardíaca), queimaduras (área
e grau), toracotomia com drenagem, úlceras infectadas, Outros).
v Curativo Extra Grande: curativo
realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2 (ex: Todas as ocorrências de
curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de justificativa
médica).
O
curativo ideal é o melhor curativo é aquele que imita a pele e
mantém um ambiente úmido a fim de favorecer a migração celular.
4. Coberturas
São materiais,
produtos ou substâncias que se utiliza sobre lesões para ocluir, comprimir,
umedecer, tratar e proteger.
Tipos de cobertura:
v Passivos: são utilizados produtos que
protegem e cobrem as feridas, como: algodão, gazes, gazes medicadas,
esparadrapos, micropore, fitas cirúrgicas.
v Interativos ou
hidroativos: são utilizados
materiais projetados para manter um microambiente ótimo para cura da ferida,
como: películas polimerizadas, espumas polimerizadas, polímeros fibrosos e de
partículas, hidrogéis, hidrocolóides.
v Bioativos: são curativos que resgatarão
ou estimularão a liberação de substancias ativas durante o processo de cura,
como: alginato de cálcio, polissacarídeos, hidrogéis, hidrocolóides.
5. Soluções e Medicamentos Utilizados
SORO FISIOLÓGICO:
v Usa para limpeza da ferida e área adjacente;
v É utilizado para lavagem em jato, remoção
não-mecânica de resíduos;
v Aquecido evita a vaso-constrição e produz
conforto. É importante na formação do tecido de granulação.
v Depois de aberto o frasco, deverá permanecer
com sua abertura protegida com tampa estéril e sua validade será de 24 horas em
geladeira ou 12 horas em temperatura ambiente.
v O frasco deve ser datado e assinado pelo
funcionário que o abriu.
GAZE E ATADURA
É
um tecido leve, de algodão, muito poroso, estéril (ou
esterilizável), de elasticidade, espessura, forma, reticulado e tamanho
variáveis, conforme o uso a que se destina.
PVP-I (POVIDINE – IODO) : iodo e
polivinilpirrolidona
v O iodo é um agente
microbicida eficiente contra muitas espécies de bactérias, é esporicida,
fungicida, viricida e amebicida.
v Indicado para a anti-sepsia
da pele e é geralmente o agente mais efetivo, pois destrói compostos
metabólicos dos microorganismos por oxidação e inativa enzimas quando combinado
com o aminoácido tirosina.
v É passível de contaminação,
sendo necessário rotina de troca de solução: se dose única ou frascos pequenos
trocar diariamente; em almotolia trocar a cada 7 dias.
CREME DE SULFADIAZINA DE PRATA
Conceito/Composição: Sulfadiazina de prata micronizada a 1%.
Mecanismo de ação: Atua contra uma grande variedade de microorganismos,
como: bactérias gram - +, fungos, vírus e protozoários.
Indicações: Priorizado para tratamento de queimaduras, mas
utiliza-se também em feridas necróticas e infectadas.
Contraindicações: Presença de hipersensibilidade aos componentes e
leucopenia transitória.
Periodicidade de troca: Para manter sua ação deve ser trocado a cada 12 h. Se mantida aberta, sua
troca deverá ser
feita a cada 8 h.
AGE: ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL
Conceito/Composição: Triglicerídios
de cadeia média, compostos por óleo vegetal cuja composição: ácido linoléico,
ácido caprílico, vitamina A e lecitina de soja.
Mecanismo de Ação: Promove a
angiogênese, mantém o meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual. A
aplicação em pele íntegra tem grande absorção, forma uma película protetora na
pele, previne escoriações devido à alta capacidade de hidratação e proporciona
nutrição celular local.
Indicação: Lesões abertas
(com ou sem infecção), Deiscência de sutura, profilaxia de úlceras de pressão.
Contraindicação: não
relatada.
HIDROCOLÓIDE
Conceito/Composição: Curativo
composto de celulose, gelatina, pectina e um revestimento feito de filme ou
espuma de poliuretano.
Mecanismo de ação: Estimulam
a angiogênese (devido hipóxia no leito da ferida), absorvem pequena quantidade
de exsudato, mantém a umidade.
Indicações: têm maior
eficácia nas feridas com exsudação de baixa a moderada.
Funciona como uma barreira
bacteriana, protegendo a ferida
Podem permanecer em torno de
1 a 7 dias quando são facilmente trocados. Surgindo uma secreção gelatinosa
marrom amarelada de odor característico, não deve ser confundida com pus, pois
é o exsudato da própria lesão mesclado com hidrocolóide.
HIDROGEL
Conceito/Composição: Gel
transparente, incolor, composto por água (77,7%), carboximetilcelulose
(CMC:2,3%) e propilenoglicol (PPG: 20%).
Mecanismo de ação: Amolece
e remove tecido desvitalizado através de desbridamento autolítico. A água
mantém o meio úmido.
Indicações: Lesões com
pouca exsudação; para remover crostas, fibrina, tecidos desvitalizados ou
necrosados.
Contraindicações: Lesões
excessivamente exsudativas.
Periodicidade de trocas:
Necrose: no máximo a cada 72 horas;
Manutenção da umidade: a cada 24 horas
COLAGENASE
Conceito/Composição: Pomada
enzimática composta por clostridiopeptidase e enzimas proteolíticas.
Mecanismo de ação: Degrada
o colágeno nativo da ferida.
Indicações: Feridas
com tecido desvitalizado; com necrose úmida e tecido de fibrina.
Contra-indicações: Feridas
com cicatrização por 1° intenção; usuários sensíveis ao produto.
Periodicidade de trocas: Necrose:
no máximo a cada 72 horas; Outros casos: a cada 24 horas
6. Principais erros cometidos ao se fazer
um curativo
Usar curativo em feridas
totalmente cicatrizadas;
Cobrir o curativo com excesso
de esparadrapo;
Trocar o curativo em excesso
em feridas secas;
Demorar a trocar o curativo
de feridas secretantes;
Esquecer de fazer as
anotações ou não fazê-las corretamente.
7. Materiais para o procedimento
PREPARAÇÃO DO CARRINHO DE CURATIVO:
Materiais
Diversos:
Cuba – rim
Gaze em pacotinhos
individualizados (5 cada pacote).
Lâmina de bisturi para corte
de fitas adesivas, coberturas, etc.
Luvas de procedimentos e
estéreis.
Hastes flexíveis com ponta de
algodão esterilizadas e embaladas individualmente.
Compressa cirúrgica de
algodão estéril;
Soluções e coberturas
indicadas.
Saco plástico para descarte
de curativo sujo;
Fitas adesivas (esparadrapo,
micropore...); Outros materiais conforme o tipo de necessidade.
8.
Técnica para realizar o curativo
1. Preparar o material no posto
de enfermagem;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o local para
manuseio dos materiais, colocar a cuba rim ou bandeja de inox próxima ao local
do curativo ;
4. Local de descarte;
5. Abrir os pacotes de curativo
com técnica asséptica, dispor as pinças em ordem de uso. Delimitar
imaginariamente espaço livre no campo para separar o material contaminado da
área estéril;
6. Explicar o procedimento para
o paciente;
7. Posicioná-lo
da forma mais confortável possível;
8. Calçar as
luvas de procedimento e com a mão dominante retirar as camadas de curativos com
cuidado de forma a evitar o contato com a ferida;
9. Trocar de
luva (se for usar a luva estéril);
10. Evitar não
contaminar a mão dominante;
11. Deve ser
feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que
contenha sabão, o que removerá mecanicamente alguns patógenos e vai também
melhorar a fixação do curativo à pele.
12. Fazer um
chumaço de gaze e embebê-lo com soro fisiológico (SF 0,9%), mantendo uma
distância entre o frasco e o chumaço, para evitar contaminação.
13. Proceder à
limpeza da área seguindo o princípio do menos para o mais contaminado: a
limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a mais contaminada,
evitando-se movimentos de vaivém. Nas feridas cirúrgicas, a área mais
contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas
infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida.
Obs.: Em caso
de múltiplas feridas, prioriza-se as
não infectada, drenos
e por último as colostomias,
ulceras necrosadas e fístulas em geral;
Obs.: Em
presença de tecido de granulação nunca friccione, apenas use jatos de soro
fisiológico;
14. Mantenha sempre o leito da ferida úmido e as
bordas levemente secas;
15. Secar toda
a área com chumaços secos de gaze;
16. Fazer novo
chumaço, embebê-lo com solução antisséptica (PVPI tópico) e aplicar na ferida;
17. Deve-se
remover as crostas e os detritos com cuidado, lavar as feridas com soro
fisiológico em jato ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver
sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais)
Obs.: Em
feridas contaminadas, deve-se iniciar a antissepsia da área mais distante para
a mais próxima da ferida;
18. Secar toda
a área na mesma sequência;
19. Quando
necessário usar pomadas, Papaína, hidrogel, AGE, Sulfa, etc. de acordo com as características da ferida e
a prescrição médica;
20. Cobrir o
ferimento com gazes abertas ou dobradas e atadura conforme a extensão da
ferida; Desprezar as pinças na cuba rim;
21. Fixar as
gazes com esparadrapo ou micropore; em certos locais o esparadrapo não deve ser
utilizado, devido à mobilidade (articulações), presença de pelos ou secreções.
Nesses locais deve-se utilizar ataduras, estas devem ser colocadas de maneira
que não afrouxem nem comprimam em demasia. O enfaixamento e não deve ocasionar
nenhum tipo de desconforto ao paciente.
22. Identificar
um esparadrapo sobre o curativo com o nome de quem o realizou, data, hora e
assinatura;
23. Confortar o paciente;
24. Desprezar o
material contaminado vidamente;
25. Encaminhar o material usado à Central de
Esterilização de Materiais;
26. Lavar as
mãos e friccionar com álcool 70% glicerinado;
27. Anotar o
procedimento no prontuário do paciente.
9. Características da limpeza dos tipos
de curativos
CURATIVO LIMPO
a)
Ferida limpa e
fechada
b)
O curativo
limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
c)
Após este
período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
CURATIVO COM DRENO
a)
O curativo com
drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número de trocas
está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.
b)
Se houver
incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e
após este período poderá permanecer exposta e lavada com água e sabão.
d) Sistemas
de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos ocluídos com
bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas. Após este período, a manutenção
da bolsa estéril fica a critério médico.
e)
A mobilização
do dreno fica a critério médico.
f)
Os drenos de
sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.
CURATIVO CONTAMINADO
a)
O curativo deve
ser oclusivo e mantido limpo e seco.
b)
O número de trocas do curativo está
diretamente relacionado à quantidade de drenagem, devendo ser trocado sempre
que úmido para evitar colonização.
c)
O curativo deve ser protegido durante o banho.
d)
A limpeza da ferida deve ser mecânica com
solução fisiológica estéril.
e)
A antissepsia deve ser realizada com PVP-I
tópico.
f)
As soluções antissépticas degermantes
são contrai ndicadas em feridas abertas, pois os tensoativos afetam a
permeabilidade das membranas celulares, produzem hemólise e são absorvidos
pelas proteínas, interferindo prejudicialmente no processo cicatricial.
g)
Gaze vaselinada estéril é recomendada nos
casos em que há necessidade de prevenir aderência nos tecidos.
h)
Em feridas com drenagem purulenta deve ser
coletada cultura semanal (swab), para monitorização microbiológica.
10. Cuidados de enfermagem na realização
de curativos
v Lavar as mãos antes e depois de atender o
paciente
v Manipular o material estéril sempre com
auxilio de pinças ou luvas estéreis
v Limpar a ferida com soro fisiológico 0,9%
v Empregar antisséptico (se necessário) na
ferida e ao redor da mesma
v Orientar o paciente sobre os cuidados: não
tocar com a mão na ferida, não falar sobre a lesão, não pegar em materiais
esterilizados
v Deixar a ferida e os materiais estéreis
expostos o menor tempo possível
v Preparar o ambiente: fechar as janelas, evitar
correntes de ar
v Dispor o material de modo que fique cômodo
para o profissional e o cliente, evitando ao máximo a contaminação
v As feridas que drenam necessitam troca de
curativos cada vez que estejam úmidos com exsudatos;
v Se há contra indicação para mudar
frequentemente o curativo este poder ser reforçado com mais gazes estéreis
secas, para inibir a passagem de germes do exterior para a ferida;
v Não falar ao manipular o material estéril ou a
ferida;
v Usar máscara nos casos de suspeita de infecção
de vias aéreas ou quando houver risco de respingos de sangue ou pus;
v Os tecidos necrosados devem ser retirados pelo
enfermeiro ou médico;
v Colocar na proteção da ferida somente material
estéril, mesmo aqueles que não estejam em contato com a lesão;
v Remover secreções;
v Jamais colocar o material contaminado na cama,
na mesa de cabeceira ou no recipiente de lixo do cliente.
11. Retirada
de pontos (sutura)
É a retirada de
fios (sutura), colocados para aproximar as bordas de uma lesão, com intuito de
facilitar a cicatrização.
O tempo
destinado à retirada de pontos dependerá da localização no corpo, cicatrização,
condição de infecção da ferida.
Tabela abaixo
do de tempo para retirada de pontos, esse tempo é variável:
- face:
1 a 3 dias
- pescoço:
2 a 4 dias
- couro
cabeludo: após 7 dias
- tronco
e extremidades: 6 a 10 dias
- articulações:
8 a 12 dias
Tipos de sutura:
v Fios não absorvíveis: poliéster, seda,
suturas da pele
v Fios absorvíveis: catgut ou fibra
sintética.
Material utilizado
v Pacote de curativo (se
necessário), Pacote para retirada de
pontos, SF 0,9% , Cuba rim ou bandeja, Lixo contaminado
Procedimentos
- Lavar as mãos
- Avaliar se a incisão está fechada;
- Preparo do cliente e do material
- Retirar curativo, se houver;
- Limpar a incisão cirúrgica;
- Cortar a extremidade mais curta do ponto o mais próximo possível da pele;
- Coloque os pontos retirados sobre uma gaze;
- Cobrir a ferida somente se houver necessidade;
- Orientar o paciente a realizar a higiene em domicílio;
- Desprezar o material adequadamente;
- Anotar dados no prontuário.
12. Destinação do lixo da sala de curativos
O lixo deve ser
separado em recipientes próprios de acordo com sua natureza:
a) materiais perfurocortantes: seringas com agulha,
agulhas, ampolas, laminas de bisturi e barbear, equipos com escalpe, escalpes.
Serão armazenados em caixa própria denominada DESCARPAX.
b) materiais contaminados: gesso, talas, gazes,
algodão, drenos, luvas, bolsas coletoras, papel higiênico de pacientes, fraldas
descartáveis, restos alimentares de pacientes, etc. Armazenados em
lixeira com tampa e revestida com saco plástico.
c) materiais recicláveis: papel, pacotes de material
esterilizado, copos plásticos. Armazenados separadamente.
13. Anotação de curativo
Após cada
curativo devem ser anotadas no prontuário do paciente as seguintes informações
sobre a lesão:
v Localização anatômica;
v Tamanho e profundidade;
v Tipo de Tecido
v Presença de secreção / exsudato (quantidade,
aspecto, odor);
v Bordas e Pele;
v Presença de crosta;
v Presença de calor, rubor, hiperemia e edema.
Observações: A
anotação do curativo, bem como os materiais gastos deverão ser anotados ao
término de cada curativo, evitando assim erros e esquecimentos de anotações; Se
houver mais de um curativo em um mesmo paciente anotar as informações separadas
para cada um deles citando a localização do mesmo.
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