Palestra sobre Maria apresentada pelo padre Milton Carraschi na Assembleia dos MECEs
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Enfoque mariano a partir das "Sagradas Escrituras, Magistério e Tradição"
Espírito Santo, vinde, rezai em nós para o louvor de Deus Pai, que é o Sumo Bem.
Espírito Santo, vinde, rezai em nós para o louvor de Deus Filho, que é nosso Salvador.
Espírito Santo, vinde, rezai em nós para o vosso louvor e o vosso santo modo de operar.
Espírito Santo, que por Maria, nos destes o Salvador, fazei-nos com Maria bendizer a Deus para sempre.
Amém.
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR MARIOLOGIA COM MARIOLATRIA
MARIA
NÃO DEVE CAUSAR DESUNIÃO OU BRIGAS ENTRE OS CRISTÃOS. COM CERTEZA, NÃO É
VONTADE DE DEUS, NEM DE MARIA, QUE ELA SEJA UM MOTIVO DE DIVISÃO ENTRE
OS CRISTÃOS.
PECADOS DOS CATÓLICOS EM RELAÇÃO A MARIA – desinformação e idolatria
PECADOS DOS NÃO CATÓLICOS EM RELAÇÃO A MARIA - INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
E PRECONCEITO
Maria
não é deusa. É criatura. Mas a melhor entre todas as criaturas do seu
gênero (Lc 1,42). Porque foi a que melhor soube servir a Deus (Lc 1,
38).
HÁ MUITAS FORMAS DE APRESENTAR MARIA. MAS A MELHOR É COMO SERVA DE DEUS E DA HUMANIDADE.
NOSSA SENHORA RAINHA
Tornar
Maria, rainha, é desvirtuá-la das Sagradas Escrituras. Maria é, foi e
sempre será serva de Deus (Lc 1, 38) e da humanidade (Jo 19, 27); assim
como seu filho Jesus, que quis estar entre nós “como aquele que serve”
(Lc 22, 27).
MARIA: QUEM FOI ESTA MULHER ?
QUASE
TUDO O QUE SE DIZ ACERCA DA VIDA DE MARIA É FRUTO DA TRADIÇÃO (QUER
SEJA POPULAR OU DO MAGISTÉRIO DA IGREJA). CERTEZA MESMO, É SOMENTE O QUE
A BÍBLIA NOS FALA SOBRE ELA.
MARIA SEGUNDO A TRADIÇÃO
PAI: São Joaquim
Mãe: Santa Ana
Nascimento: No dia 8 de setembro, a partir do ano 15 a.C.
Local: Jerusalém ou Nazaré
Morte: Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma tradição cristã que ela teria morrido (Dormição da Virgem Maria) no ano 42 d.C. e seu corpo depositado no Getsêmani.
Casamento: De
acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria sido
apresentada no Templo de Jerusalém. É também da tradição que ali teria
permanecido até os doze anos no serviço do Senhor, quando então teria
morrido seu pai, São Joaquim.
Com
a morte do pai teria se transferido para Nazaré, onde São José morava.
Três anos depois ela se casaria com ele. (aos 15 anos)
MARIA SEGUNDO OS EVANGELHOS
Nos Evangelhos Maria faz uso da palavra por seis vezes, duas delas dirigidas ao Anjo da Anunciação, o Magnificat em resposta a Isabel, duas dirigidas ao seu Filho e uma só e última vez dirigida aos homens (aos servos das bodas de Caná).
‘Como poderá ser isto, se não conheço varão?’ (Lc 1,34).
"Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra”
(Lc 1,38)
"A minha alma engrandece o Senhor..." (Lc 1,46-55)
"Filho, porque fizeste isto conosco? eis que teu pai e eu te procurávamos angustiados." (Lc 2,48).
“Eles não têm vinho" (Jo 2,3).
"Fazei tudo o que Ele vos disser"
(Jo 2,5).
A FIGURA DE MARIA EM LUCAS
O
QUE NOS INTERESSA EM LUCAS ACERCA DE MARIA SÃO OS CAPÍTULOS 1 E 2.
ESSES CAPÍTULOS SÃO CHAMADOS DE EVANGELHO DA INFÂNCIA DE JESUS.
LUCAS
MOSTRA A IMPORTÂNCIA DE MARIA, CONTRAPONDO-A A ZACARIAS, AO MESMO TEMPO
QUE MOSTA A IMPORTÂNCIA DE JESUS, CONTRAPONDO-O A JOÃO BATISTA.
João Batista
1. Anuncio do nascimento de João Batista (Lc 1, 5-25).
2. Nascimento de João Batista (Lc 1, 57-66)
3. Circuncisão e manifestação de João Batista (Lc 1, 59 - 80)
4. Conclusão: o menino crescia... (Lc 1,80)
Jesus
1. Anuncio do Nascimento de Jesus (Lc 1, 26-38)
2. Nascimento de Jesus (Lc 2,1-20)
3. Circuncisão e manifestação de Jesus (2, 21-52)
4. Conclusão: o menino crescia... (Lc 2, 40.52)
O texto põe em relevo Maria, mostrando a superioridade de Maria sobre Zacarias. Vejamos:
Lei x graça
1. Zacarias é irrepreensível segundo a Lei de Moisés (Lc 1,5-6)
2. Zacarias é punido por interrogar o anjo (Lc 1,18-20)
3. O anúncio a Zacarias se encerra com o silêncio imposto ao incrédulo. (Lc 1,20)
Maria é cheia de graça (Lc 1, 28)
2. Maria não recebe punição por interrogar o anjo (Lc 1,34-37)
3. O anúncio a Maria termina com a harmoniosa entrega da serva à vontade de Deus (Lc 1,38)
Nenhuma criatura no Evangelho de Lucas (e em toda Sagrada Escritura) é tão elogiada quanto Maria
Lc 1,28 “a mulher que é cheia de graça”
Lc 1,30 “a mulher que encantou Deus”
Lc 1,35 “a mulher que é íntima do Espírito Santo”
Lc 1,42 “a mulher mais importante (bendita) entre todas as outras mulheres”
Lc 1,48 “a única mulher que será lembrada em todas as épocas (gerações) ”
Lc 1,43 “a mulher que é a mãe do Senhor (leia-se: de Deus)”
Lc 1,49 “a mulher que foi favorecida com grandes obras de Deus”
A FIGURA DE MARIA EM MARCOS
O
Evangelho de Marcos é o mais conciso e o mais antigo dos quatro
Evangelhos. Sobre Maria santíssima existe apenas duas passagens que fala
sobre ela:
Mc 3, 31-35
Mc 6, 1-3
Mc 3, 31-35
“Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus; ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo: Havia uma multidão sentada ao redor de Jesus. Então lhe disseram: «Olha, tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram.» Jesus perguntou: «Quem é minha mãe e meus irmãos?» Então Jesus olhou para as pessoas que estavam sentadas ao seu redor e disse: «Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.»
Mc 6, 1-3
‘Jesus foi para Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando
chegou o sábado, Jesus começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o
escutavam ficavam admirados e diziam: «De onde vem tudo isso? Onde foi
que arranjou tanta sabedoria? E esses milagres que são realizados pelas
mãos dele? Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?» E ficaram escandalizados por causa de Jesus.’
Questões em Marcos
1. Quem é a Mãe de Jesus para marcos?
R. Sem dúvida, Maria.
2. Quem são os irmãos de Jesus para Marcos?
R. dúvida e polêmica.
São dez os textos do Novo Testamento que mencionam os irmãos de Jesus: (vejamos)
Mc 3, 31-35; 6,3;
Mt 12,46-50; 13,55-56
Lc 8, 19-21;
Jo 2, 12; 7, 2-10;
At 1,14;
Gl 1,19
1 Cor 9,5.
Os ‘irmãos’ de Jesus
Há claros indícios de que os chamados ‘irmãos de Jesus’ não eram filhos de Maria.
Vejamos o porquê:
1. Lc 2, 41-52 – Jesus aos doze anos, foi com Maria e José a Jerusalém para comemorarem a festa da páscoa.
A
festa durava uma semana. Contando o tempo da festa e o tempo gasto com a
viagem (ida e volta), a sagrada família teria ficado fora de casa
durante uns 15 dias.
Maria
não poderia ter ficado fora de casa por tanto tempo, caso tivesse mais
filhos com menos idade de Jesus. Porque não poderia deixá-los sozinhos,
nem com parentes (todos iam a Jerusalém comemorar a Páscoa), nem
levá-los na viagem, por ser uma viagem longa e perigosa.
Sabe-se
que Jesus era o primogênito de Maria (Lc 2, 6-7) e se ela tivesse tido
mais filhos depois de Jesus, os outros seriam mais novos que Jesus e não
teriam condições de viajar (logo, Maria deveria ter ficado em casa; mas
não, o texto atesta que ela estava em Jerusalém. Tem mais um detalhe:
as mulheres não estavam sujeitas a esta obrigação, Êx 23,17, mas mesmo
assim Maria estava lá)
O
texto afirma explicitamente quem foram os que ficaram preocupados com o
sumiço de Jesus (foram o pai e a mãe dele), não se menciona irmãos
preocupados (ou juntos de Maria e José).
2. Suponhamos que Maria tivesse tido filhos depois dessa peregrinação.
Se
Maria teve algum filho depois da idade dos doze anos de Jesus, esses
supostos filhos de Maria seriam bem mais novos que Jesus.
Jesus
iniciou sua vida pública aos 30 anos (cfr. Lc 3,23), logo, seus
‘irmãos’ teriam de 18 anos para baixo, quando Jesus iniciou seu
ministério público.
Caso Jesus tivesse alguns irmãos de sangue bem mais novos do que ele durante sua vida pública, estes não poderiam agir em relação a Jesus
(irmão bem mais velho) da forma brutal, autoritária e desrespeitosa com
que os Evangelhos narram que eles agiram – chamando Jesus de louco ou
fora de si em público, cfr.Mc 3, 21.31 ou desrespeitando o irmão mais
velho com falas irônicas cfr. Jo 7, 2-5.
As atitudes desses chamados ‘irmãos’ de Jesus são inconcebíveis na mentalidade judaica do tempo de Jesus.
Dos irmãos mais novos se exigia um comportamento de reverência e respeito para com o primogênito.
3. Jo 19, 25-27 Jesus, ao morrer, confiou sua mãe a um tal discípulo amado, que será identificado a João, filho de Zebedeu.
Este gesto de Jesus é inconcebível se Maria tivesse outros filhos (principalmente homens) em casa.
4. Mc 6, 3 - Outro detalhe a
ser observado é que em toda
Sagrada Escritura se diz que
Jesus é o filho de Maria
(com o artigo o).
Nunca se diz a ‘mãe de Jesus e seus filhos’, embora fosse muito natural dizer dessa forma se Maria tivesse tido outros filhos.
Mas sempre se diz o filho de Maria (no singular) e os irmãos de Jesus (plural). Nunca se diz: ‘os filhos de Maria’. (veja por exemplo At 1,14)
PRIMEIRA CONCLUSÃO (OU HIPÓTESE)
OS TAIS ‘IRMÃOS’ DE JESUS SÃO, NA VERDADE, SEUS PRIMOS
1. Aqueles que eram chamados de ‘irmãos de Jesus’, são, na verdade, primos (ou parentes) de Jesus. Não são filhos de Maria.
2. O aramaico que os judeus falavam no tempo de Jesus, era uma língua pobre de vocábulos. A palavra aramaica e hebraica áh podia significar não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos e até parentes mais distantes. Vejamos:
Exemplo: Gn 13, 8
(Ló era filho de Arã e Arã era irmão de Abraão, portanto, Ló era
sobrinho de Abraão, mas no texto, Abraão se dirige a Ló como irmão)
Por que se pode julgar que os tais ‘irmãos de Jesus’ eram, na verdade, primos de Jesus ?
(*1)
Somente Mateus e Lucas é que narram a genealogia de Jesus (Mt 1,1-16 e
Lc 3, 23-38). Entretanto, ambos apresentam genealogias completamente
diferentes. Por quê? Estudiosos das Sagradas Escrituras pensam que
Mateus privilegiou a figura de José e Lucas a figura de Maria, nos
Evangelhos da Infância, por isso, quando Lucas narra a genealogia de
Jesus, na verdade, trata-se dos ancestrais de Maria, embora ele se
refira a São José. Caso os estudiosos estejam certos, Maria seria filha
de Eli (Lc 3, 23) e não de Joaquim, como atesta a tradição.
(*2)
Alguns autores identificam a Cleofas como sendo Alfeu. Dois nomes, mas
eram a mesma pessoa, ou seja, o marido de Maria que era irmã de Maria a
mãe de Jesus.
Íntimas relações entre Maria SS. e Maria a esposa de Cleofas. Vejamos:
Provavelmente
Maria tenha ficado viúva muito cedo e então tenha ido morar com a irmã
(união de famílias, muito comum naquele tempo, considerando o fato
ocorrido).
Quando
Jesus, aos trinta anos, deixou sua mãe para iniciar sua missão pública,
os primos de Jesus, movidos pelo forte senso de família (comum na
época), se tornaram solidários com Maria (a tia deles), acompanhando-a
em suas saídas (a mulher judia naquela época não podia se apresentar
sozinha em público).
Isto
explica porque nos Evangelhos Maria apareça sempre em companhia de
alguém. Entre esses ‘alguém’ vemos frequentemente Maria em companhia dos
‘irmãos de Jesus’, mas que não eram seus filhos.
SEGUNDA CONCLUSÃO (OU HIPÓTESE)
OS TAIS ‘IRMÃOS’ DE JESUS SÃO, NA VERDADE, MEIO-IRMÃOS, FILHOS DE JOSÉ, NÃO DE MARIA.
3. Há ainda outras duas hipóteses para se explicar os tais ‘irmãos de Jesus’. Ambas as hipóteses não tem nenhuma comprovação histórica e se referem a São José que, ao se casar com Maria, começa a fazer parte da vida de Jesus.
Vejamos:
Primeira hipótese:
Os ditos ‘irmãos de Jesus’ seriam filhos de José, nascidos de um
primeiro casamento do Patriarca. Este, viúvo e de certa idade, teria se
casado com Maria.
Esta
hipótese explicaria a posição autoritária que os tais ‘irmãos de Jesus’
assumiram em relação ao próprio Jesus, pois seriam irmãos por parte de
pai (meio-irmâos), portanto, mais velhos que Jesus.
Segunda hipótese: Os tais ‘irmãos de Jesus’ eram filhos adotivos de José.
POR FIM, UMA ÚLTIMA CONSIDERAÇÃO, A PARTIR DO TEXTO DE MATEUS
Lemos em Mt 1,25 “José não teve relações com ela, até que deu à luz um filho, a quem chamou Jesus”
1. O texto não está querendo dizer que depois que Maria deu a luz a Jesus, teve relações sexuais com José.
2. O
texto apenas enfatiza que antes de Jesus nascer, Maria não havia tido
relações com José, logo, Jesus não era seu filho, mas sim filho de Deus,
obra do Espírito Santo (Mt 1, 18).
3. Portando,
a melhor tradução de leitura para este texto, considerando a forma de
escrever daquele tempo e a tradução para o nosso tempo, seria: “Embora José não tenha tido relações com Maria, eis que ela deu à luz um filho”. O texto não está querendo dizer, nem insinua, que depois que Maria teve Jesus, relacionou-se sexualmente com José.
A FIGURA DE MARIA EM MATEUS
Somente os capítulos 1 e 2 de Mateus é que nos interessará.
Esses capítulos são conhecidos como Evangelho da Infância
a) O capítulo primeiro de Mateus realça a figura de José como marido e pai segundo a lei.
b) O capítulo segundo do Evangelho de Mateus realça a figura de José como guardião/protetor de Maria e Jesus.
Vai nos interessar para essa exposição apenas o primeiro capítulo
Mateus vai acentuar mais a figura de São José do que a figura de Maria nos dois primeiros capítulos do seu Evangelho.
Porém, ao dirigir-se a a São José, ele realçará, diretamente a figura de Maria.
Nos interessará duas passagens do seu Evangelho:
Mt 1,16 e 1, 18-24.
Vejamos:
“ Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Messias”
(Mt 1, 16)
O
versículo 16 quebra o rítimo do texto, pois, em vez de dizer: ‘Jacó
gerou José e José gerou Jesus’, (não se considerava a mãe nas gerações)
afirma “Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Messias”
Ao narrar dessa forma, o que pretendeu dizer São Mateus?
1. José era da descendência de Abrão e Davi.
2. José era o esposo de Maria.
3. Maria é a Mãe de Jesus.
“A
origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida
em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela
ação do Espírito Santo. José,
seu marido, era justo (ou honrado). Não queria denunciar Maria, e
pensava em deixá-la, sem ninguém saber. Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho,
e disse: «José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como
esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz
um filho, e você lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu
povo dos seus pecados.
Tudo
isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta:
«Vejam: a virgem conceberá, e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo
nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco.» Quando acordou,
José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: levou Maria para casa,
e, sem ter relações com ela, até que deu à luz um filho. E José deu a ele o nome de Jesus”
(Mt 1, 18-25)
Ao narrar dessa forma, o que pretendeu dizer São Mateus?
Vejamos a seguir:
1. Maria tem um contrato nupcial com José.
2. Maria fica grávida durante o período do contrato nupcial e o filho não é de José. (É obra do Espírito Santo)
3. José também recebe o anuncio do anjo, não somente Maria. Diferentemente ocorre no Evangelho de Lucas (só Maria).
4. Mateus está enfatizando o valor de José (varão) ao elucidar a grandeza de Maria (mulher).
5. Mateus enfatiza a São José que Maria, embora grávida, é virgem. Para isso se embasa na profecia de Is 7,14. (ou seja, ela não foi adúltera)
6. Maria seria a mãe do messias, José seria o Pai, segundo a Lei, pois era ele quem daria o nome a Jesus.
(ou seja, sem um pai segundo a lei, Jesus não vingaria... Talvez, nem a
Mãe – esta seria apedrejada, caso José denunciasse que o filho não era
dele – cfr. Lv 20,10 e Dt 22, 22-24)
7. José é obediente a Deus e faz tudo conforme Ele ordenou através do anjo. (o mesmo ocorre com Maria)
A FIGURA DE MARIA EM JOÃO
O
Evangelho de São João foi o último a ser escrito, por isso supõe-se
tratar-se de uma reflexão mais madura e profunda acerca de certos temas.
Inclusive a visão de Maria. O quarto Evangelho apresenta duas passagens
particularmente significativas para se compreender a figura e o papel de Maria na obra da salvação humana:
As bodas de Caná (Jo 2, 1-11) e a do pé da cruz (Jo 19, 25-27).
Vejamos cada uma:
AS BODAS DE CANÁ
(Jo 2, 1-11)
No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava aí. Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos.
Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: «Eles não têm vinho!» Jesus respondeu: «Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou.» A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: «Façam o que ele mandar.»
Havia
aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os
ritos de purificação dos judeus. Jesus disse aos que serviam: «Encham de
água esses potes.» Eles encheram os potes até a boca. Depois Jesus
disse: «Agora tirem e levem ao mestre-sala.» Então levaram ao
mestre-sala.
Este
provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que
serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o
mestre-sala chamou o noivo e
disse: «Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão
bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora.»
Foi assim, em Caná da Galileia, que Jesus começou seus sinais. Ele manifestou a sua glória, e seus discípulos acreditaram nele.
Frase 1: ‘No terceiro dia, celebrava-se um casamento em Caná da Galileia; aí estava a Mãe de Jesus’ ( Jo 2, 1)
A frase é simbólica: Terceiro dia – tempo teológico, simboliza a ressurreição. Casamento – simboliza alegria e festa.
Significado: Na ressurreição do Senhor, que é uma grande festa para a humanidade, Maria se faz presente.
Frase 2: ‘Eles não têm vinho’
(Jo 2,3)
‘Eles não têm mais vinho’
“Eles não têm vinho”, significa que não havia a presença de Jesus (Deus) ressuscitado. É o mesmo que dizer: “Eles não tem Deus”.
Quando se diz “eles não têm mais vinho”, significa que havia e depois acabou. No caso, não havia! Começa a haver por Maria.
‘Eles não têm vinho’
(Jo 2,3)
1) Trata-se da observação da Mãe de Deus em relação a humanidade em suas faltas/angústias.
2)
A frase também pode representar a observação da Mãe de Deus que olha
para o passado de Israel (sem Jesus, ou seja, “eles não têm vinho”, para
o futuro de Israel, a partir do sim de Maria que, em Jesus, representa
(ou traz) o vinho novo)
Maria não apenas verifica, mas pede (intercede) a seu Divino filho para que Ele se manifeste.
Frase 3: ‘Que queres de mim mulher? Ainda não chegou a minha hora.’
(Jo 2, 4)
Frase
que indica estranhamento de Jesus. Quem é esta mulher que pode se
aproximar dele e lhe pedir algo tão grande, a ponto dele ter que
antecipar, de certo modo, a grande hora (ou seja, morte na cruz e
ressurreição – cfr. Jo 7,30; 8, 20, etc) ou realizar algum sinal que
prenuncie a glorificação de Jesus ?
A
resposta que o texto dá acerca de quem é esta mulher está nos
versículos seguintes que mostram Jesus realizando o pedido desta Mulher,
ou seja, Maria SS. sua mãe.
Quanto ao termo Mulher. Trata-se de uma expressão teológica usada por João e posta na boca de Jesus para indicar que Maria é a Nova Eva, ou seja, Maria é a imagem da Nova Mulher, ‘Mãe da nova humanidade’ (Jo 19, 26) por excelência, já que foi ela quem deu a luz ao Vencedor da morte.
Frase 4: ‘Fazei o que Ele vos disser’
(Jo 2,5)
Maria
não sabe como Jesus vai proceder, mas é uma mulher de fé e tem certeza
que Jesus não ficará indiferente ao pedido de sua mãe, daí a ordem dada
aos serviçais.
Teologicamente essa é a única frase que Maria estaria dirigindo a todos os homens. Ela nos ensina a fazer somente a vontade de seu Filho Jesus.
Conclusão acerca de Maria nas bodas de Caná
MARIA
é a mulher atenta e providente, que compartilha as necessidades da
humanidade e as trata de minorar, levando-lhes solução: é por ela que
Jesus faz seu primeiro sinal; ela está no limiar da vida pública de
Jesus, intercedendo pelos homens.
É a fé de MARIA que obtém o sinal que provoca a fé dos discípulos: “Ele manifestou a sua glória e os discípulos creram nele’ (Jo 1, 11)
Maria ao pé da Cruz
(Jo 19, 25-27)
‘A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. Jesus
viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à
mãe: «Mulher, eis aí o seu filho.» Depois disse ao discípulo: «Eis aí a
sua mãe.» E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.’
Quem estavam, de fato, presentes ao pé da cruz, quando Jesus foi crucificado?
Resposta: Mulheres
Mateus, Marcos e Lucas não mencionam a Mãe de Jesus na crucificação. Apenas supõe-se que ela estava lá.
Mt 27, 55-56
Mc 15, 40
Lc 23, 48-49
João é o único que menciona explicitamente a presença de Maria. Jo 19, 25
Por quê? É o que veremos a seguir:
Detalhe curioso
O nome da mulher que mais aparece na crucificação de Jesus é o de Maria Madalena (aparece em Mt, Mc e Jo)
Maria ao pé da Cruz
Diante de Jesus crucificado está a Mãe dele, com outras mulheres.
Mais uma vez Jesus se dirige a sua mãe, chamando-a de mulher. Havia chegado a sua hora e a Mulher-Mãe presente no início de seus sinais (Jo 2,4) é a mesma Mulher-Mãe presente quando chegou sua Hora (Jo 19,26).
O termo mulher deve ser entendido igual em Jo 2, 4, ou seja, Maria é a nova Eva, a nova mãe de todos os viventes... E seu filho lhe é apontado concretamente: o discípulo amado, que representa todo gênero humano. Assim é confirmada a maternidade espiritual de Maria de toda humanidade.
Conclusão acerca de Maria ao pé da cruz
No suplício da Cruz, Jesus salvara toda a humanidade. Ele é o novo Adão. (Rm 5, 14-15; 1Cor 15,22).
Maria, estando presente e num certo sentido, participando da dor do Filho, ao vê-lo crucificado; ela se torna a Nova Eva, a Mãe espiritual de todo vivente (Gn 3,20); que no sofrimento de ver o Filho morrendo na cruz, torna-se Mãe de toda humanidade. (Jo 19, 27)
BIBLICO
1. (Maria e o Anjo)
Ave Maria cheia de graça,
o Senhor é convosco. (Lc 1,28)
(Maria e Isabel)
Bendita sois vós entre as mulheres,
e bendito o fruto do vosso ventre, Jesus. (1,42)
IGREJA
2. (Maria e a proclamação da Igreja) (Concílio de Éfeso – 431)
Santa Maria, Mãe de Deus,
(Maria e o reconhecimento do fiel)
rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte.
Amém.
A oração da Salve Rainha é atribuída ao monge Herman Contrat que a teria escrito por volta de 1050, no mosteiro de Reichenan, na Alemanha.
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia,
vida e doçura esperança nossa, salve!
A Vós bradamos os degredados filhos de Eva.
A Vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia pois, advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
e depois deste desterro mostrai nos Jesus,
Bendito fruto do vosso ventre,
ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria.
Rogai por nós Santa mãe de Deus,
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo
Amém.
Dogma
‘MARIA, MÃE DE DEUS’
Proclamado pelo Concílio de Éfeso em 431. "Mãe de Deus" (em grego Theotokos e em latim Mater Dei).
O
Concílio de Éfeso proclamou que "se alguém não confessa que o Emmanuel é
verdadeiramente Deus, e que por isso a Santíssima Virgem é Mãe de Deus,
já que engendrou segundo a carne o Verbo de Deus encarnado, seja
anátema (Dz 113)”
DOGMA
MARIA É VIRGEM ANTES , DURANTE E DEPOIS DO PARTO’
No Símbolo apostólico se diz: "Nascido da virgem Maria“.
Nas antigas liturgias é freqüente o titulo de Maria sempre virgem.
No
Concílio Romano do ano 649 se defini Maria Imaculada, sempre virgem,
que concebeu sem concurso de homem e ficou também intacta depois do
parto.
DOGMA
‘IMACULADA CONCEIÇÃO’
Concebida sem a mancha do pecado original.
O Papa Pio IX, na Bula Ineffabillis Deus, fez a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição, aos 08 dezembro de 1854.
"Declaramos,
pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima
Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi por singular
graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo
Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de
culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e
constantemente acreditada por todos os fiéis" (Dz. 1641).
DOGMA
‘ASSUNÇÃO AO CÉU’
Refere-se à elevação de Maria em corpo e alma ao Céu.
Este dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII em 01 de Novembro de 1950, na encíclica Munificentissimus Deus.
"Pronunciamos,
declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada
Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrena,
foi assunta em corpo e alma à gloria celeste" (Dz. 2333).
A Dormição de Maria, por Duccio di Buoninsegna, 1308, Museo dell'Opera del Duomo, Siena.
Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma tradição cristã que ela teria morrido no ano 42 d.C. e seu corpo depositado no Getsêmani.
Desde
os primeiros séculos, usou-se a expressão dormitação, do lat.
dormitáre, em vez de "morte". Alguns teólogos e mesmo santos da Igreja
Católica, por devoção, sustentam que Maria não teria morrido, mas teria
"dormitado" e assim levada aos Céus; outra corrente, diversamente,
sustenta que não teria tido este privilégio uma vez que o próprio Jesus
passou pela morte.
Do
ponto de vista oficial do magistério, entretanto, a Igreja Católica,
sobre esta matéria, nunca se pronunciou, o que coloca o tema na livre
devoção dos fiéis. Sobre a dormição de Maria, entretanto, João Paulo II assim se manifestou:
(...)
O Novo Testamento não dá nenhuma informação sobre as circunstâncias da
morte de Maria. Este silêncio induz supor que se produziu normalmente,
sem nenhum fato digno de menção. Se não tivesse sido assim, como teria
podido passar desapercebida essa notícia a seus contemporâneos sem que
chegasse, de alguma maneira até nós?
No
que diz respeito às causas da morte de Maria, não parecem fundadas as
opiniões que querem excluir as causas naturais. Mais importante é
investigar a atitude espiritual da Virgem no momento de deixar este
mundo. A este propósito, São Francisco de Sales considera que a morte de
Maria se produziu como efeito de um ímpeto de amor. Fala de uma morte
"no amor, por causa do amor e por amor" e por isso chega a afirmar que a
Mãe de Deus morreu de amor por seu filho Jesus (Tratado do Amor de
Deus, Liv. 7, cc. XIII-XIV).
Qualquer
que tenha sido o fato orgânico e biológico que, do ponto de vista
físico, lhe tenha produzido a morte, pode-se dizer que o trânsito desta
vida para a outra foi para Maria um amadurecimento da graça na glória,
de modo que nunca melhor que nesse caso a morte pode conceber-se como
uma "dormição".
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