O que é uma Alimentação
Saudável?
A
contagem de carboidratos deve ser inserida no contexto de uma alimentação
saudável, que nada mais é do que aquela capaz de oferecer todos os nutrientes
necessários para o corpo humano, promovendo saúde e bem-estar. Uma boa
alimentação é importante para todas as pessoas, pois é a partir dos alimentos
que o organismo retira os nutrientes necessários para seu crescimento e
desenvolvimento, manutenção de tecidos, resistência às doenças, etc.
Uma das
grandes conquistas na área de nutrição, e mais especificamente na terapia
nutricional em diabetes, é a individualização do plano alimentar, respeitando
necessidades nutricionais, hábitos alimentares, estado fisiológico, atividade
física, medicação e situação socioeconômica.
Assim,
para uma pessoa suprir suas necessidades nutricionais é necessário haver a
combinação de vários alimentos, pois alguns nutrientes estão mais concentrados
em um determinado grupo de alimentos do que em outro.
A
pirâmide alimentar pode ser um bom guia na escolha de alimentos para compor as
refeições do plano alimentar.
CALORIA
DOS ALIMENTOS
Define-se
como caloria a representação métrica de energia produzida por determinados
nutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios)quando metabolizados pelo organismo.
O carboidrato e a proteína, quando totalmente metabolizados no organismo, geram
4kcal de energia por grama, enquanto o lipídio (gordura) gera 9kcal. Em
contrapartida, outros nutrientes, como vitaminas 9 manual oficial de contagem
de carboidratos sbd e minerais (a exemplo do cálcio, do ferro e do iodo), não
geram energia, mas são de extrema importância para o organismo, pois são
compostos que ocorrem em quantidades diminutas nos alimentos e têm funções
específicas e vitais nas células e nos tecidos do corpo humano. A água,
igualmente essencial à vida, embora também não seja geradora de energia, é o
componente fundamental do corpo humano,ocupando dois terços do organismo. O
álcool, por outro lado, é uma substância que, ao ser metabolizada, gera energia
alimentar (1g de álcool possui aproximadamente 7kcal), porém não é considerado
um nutriente por não contribuir para o crescimento, a manutenção ou o reparo do
organismo.
MACRONUTRIENTES
Carboidratos (glicídios)
Apesar de a Associação Americana de Diabetes (ADA, 2003)recomendar que a quantidade de carboidratos seja estabelecida de acordo com as metas de tratamento na prática, utiliza-se uma recomendação diária de 50% a 60%do valor calórico total.
Carboidratos (glicídios)
Apesar de a Associação Americana de Diabetes (ADA, 2003)recomendar que a quantidade de carboidratos seja estabelecida de acordo com as metas de tratamento na prática, utiliza-se uma recomendação diária de 50% a 60%do valor calórico total.
A
classificação dos carboidratos reflete o fato de que todos se transformam a
partir da glicose, originando unidades mais simples e mais complexas. Os
carboidratos simples mais encontrados nos alimentos são glicose, frutose,
sacarose e lactose e, entre os complexos, o amido.
As fibras
são também classificadas como carboidratos e são importantes na manutenção e no
bom desempenho das funções gastrointestinais e conseqüente prevenção de algumas
doenças.
As fibras
são classificadas como solúveis e insolúveis, tendo as primeiras importante
função no controle glicêmico. As fibras insolúveis são importantes na
fisiologia intestinal. A recomendação é a ingestão de 21-30g de fibras,
quantidade igual à aconselhada para a população em geral.
Proteínas
Proteínas
As
proteínas do plano alimentar estão envolvidas na síntese do tecido protéico e
em outras funções metabólicas específicas, como processos anabólicos,fonte de
energia,papel estrutural, etc.
A
recomendação de ingestão diária é, em geral, de 15% a 20%do valor calórico
total. Para pacientes diabéticos que apresentam complicações da doença, a
quantidade protéica a ser ingerida deve receber orientação nutricional
específica.
Lipídios
Lipídios
Os
lipídios são componentes orgânicos dos alimentos que, por conterem menos
oxigênio que os carboidratos e as proteínas, fornecem taxas maiores de energia.São
também importantes condutores de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K)e possuem
ácidos graxos essenciais.
Na
prática, recomenda-se uma ingestão diária de até 30% do valor calórico total.
Porém, a Associação Americana de Diabetes recomenda que os lipídios sejam
estabelecidos de acordo com as metas do tratamento, distribuindo os 30% em até
10% de ácidos graxos saturados, 10% de monoinsaturados e 10% de
poliinsaturados.
EFEITOS
DOS NUTRIENTES NA GLICEMIA
Contagem de carboidratos: definição
Contagem de carboidratos: definição
Os
macronutrientes, como geradores de energia, são as fontes exógenas de produção
de glicose. forma, influenciam diretamente a elevação da glicemia. Contudo não
são todos absorvidos e utilizados em sua totalidade ou na mesma velocidade.
Entre 35%e 60%das proteínas são convertidas em glicose em três a quatro horas e
somente 10%das gorduras podem ser convertidas em aproximadamente cinco horas ou
mais.
O
carboidrato é o nutriente que mais afeta a glicemia – quase 100% são
convertidos em glicose em um tempo que pode variar de 15 minutos a duas horas.
Os estudos mostram que os carboidratos simples não necessitam ser tão
restringidos como no passado e podem constituir um terço da ingestão total de
carboidratos. Os não-refinados, com fibra natural intacta, têm distintas vantagens
sobre as versões altamente refinadas, em virtude dos seus outros benefícios,
tais como menor índice glicêmico, maior saciedade e propriedades de ligação com
o colesterol. Por volta de 1980, as Associações Americana e Britânica de
Diabetes finalmente abandonaram a antiquada estratégia de dietas restritas em
carboidratos para os indivíduos diabéticos, visando, em lugar disso, uma dieta
controlada em gorduras, porém mais rica em carboidratos complexos e fibras
alimentares. A Figura 2 mostra a resposta glicêmica de alguns alimentos fontes
de carboidratos.
Desta
forma, os carboidratos, de todos os macronutrientes, são os maiores
responsáveis pela glicemia pós-prandial, evidenciando que a prioridade deve ser
a quantidade total de carboidrato, e não mais a qualidade do mesmo. Vale
ressaltar que os macronutrientes podem estar presentes de maneira combinada em
um único alimento e/ou refeição e podem, desta forma, alterar a resposta
glicêmica.
Onde encontrar carboidratos
Os
carboidratos podem ser conhecidos como glicídios, hidratos de carbonos,
açúcares ou através de algumas siglas, como HC, CHO. Podem ser encontrados
adicionados ou naturalmente nos alimentos. Os alimentos que devem ser
contabilizados quanto à quantidade de carboidratos são: pães, biscoitos e
cereais; macarrão, arroz e grãos; vegetais; leite e iogurtes; frutas e sucos;
açúcar, mel e alimentos que contêm açúcar. Outros contêm carboidrato e
proteína, como feijão, ervilha, lentilha e soja; e ainda existem outras
combinações que contêm carboidrato, proteína e gordura, como pizzas e sopas.
Aplicando a contagem de carboidratos
Aplicando a contagem de carboidratos
Para o
método de contagem de carboidratos é importante levar em conta o total de
carboidratos consumido por refeição. A distribuição deverá obedecer às
necessidades diárias, previamente definidas, deste nutriente associadas com a
anamnese do indivíduo, onde se identifica o consumo real por refeição.
Entre os
métodos de contagem de carboidratos existem dois que são mais amplamente
utilizados.
Lista de equivalentes e contagem em gramas de carboidratos
No método 1, os alimentos são agrupados de tal forma que cada porção de alimento escolhido pelo paciente corresponde a 15g de carboidratos, classificando-os em categorias (grupo de alimentos) e porções de uso habitual de nossa realidade. Os grupos são formados com base na função nutricional e na composição química.
Lista de equivalentes e contagem em gramas de carboidratos
No método 1, os alimentos são agrupados de tal forma que cada porção de alimento escolhido pelo paciente corresponde a 15g de carboidratos, classificando-os em categorias (grupo de alimentos) e porções de uso habitual de nossa realidade. Os grupos são formados com base na função nutricional e na composição química.
A lista
de equivalentes, trocas, substitutos ou escolhas (Tabela 1)classifica em
categorias e porções baseadas em gramas de carboidratos, proteínas e gordura.
Usar a lista de equivalentes no plano alimentar facilita a contagem de
carboidratos (Anexo 1).
No plano
alimentar, pode haver trocas de porções de amido por porções de frutas. Isto
pode acontecer porque um equivalente de cada porção de amido ou fruta fornece
15g de carboidratos. Os alimentos do grupo do leite fornecem 12g de carboidrato
(Tabela 1).
O método
2 consiste em somar os gramas de carboidratos de cada alimento por refeição,
obtendo-se informações em tabelas e rótulos dos alimentos. Pode-se, de acordo
com a preferência do paciente e com os carboidratos predefinidos por refeição,
utilizar qualquer alimento (Tabela 2). É importante lembrar que o peso do
alimento (em gramas)é diferente do total (em gramas)de carboidrato do alimento.
Um alimento pode pesar 250g e conter apenas 15g de carboidrato.
É
possível utilizar o manual para avaliar gramas de carboidratos de uma refeição
(Tabela 2).
Qual o melhor método?
O método
de contar carboidratos por gramas oferece informações mais precisas, porém mais
trabalhosas, pois para o bom ajuste é importante que se pesem e meçam os
alimentos, utilizando informações de embalagens e tabelas de referência.
Estimar carboidratos por substituições é um método mais simples, mas não tão
preciso.
A escolha
do método deve ir ao encontro da necessidade do paciente e à do profissional
responsável pela orientação, sendo que muitas vezes estes métodos podem ser
utilizados ao mesmo tempo.
Iniciando a contagem de carboidratos
Iniciando a contagem de carboidratos
Após
definidas as necessidades nutricionais (valor energético total [VET]),
calcula-se a quantidade de carboidratos em gramas ou por número de
substituições por refeição.
Contagem de carboidratos em diabetes melito tipo 2 (DM2)
Verifique um exemplo de como poderia acontecer:
* calcula-se o VET de 1.800kcal;
* consideram-se 60%de CHO – isto se traduz em 270g de CHO a serem distribuídos no dia todo;
* de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidratos/refeição (na Tabela 3 é apresentada apenas uma refeição: café da manhã).
Contagem de carboidratos em diabetes melito tipo 2 (DM2)
Verifique um exemplo de como poderia acontecer:
* calcula-se o VET de 1.800kcal;
* consideram-se 60%de CHO – isto se traduz em 270g de CHO a serem distribuídos no dia todo;
* de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidratos/refeição (na Tabela 3 é apresentada apenas uma refeição: café da manhã).
Deve-se
observar que há diferenças entre os dois métodos no total de carboidratos por
refeição.No método 1, o total é de 60g, relativos a 4 substituições x 15. No
método 2, o total é de 51g. Esta variação não implica erros, mas deverá ser
considerada na prescrição do tratamento, sendo a monitorização primordial para
o sucesso da terapia.
Em
pacientes com controle alimentar exclusivo e/ou em uso de antidiabético oral, é
importante estimular a ingestão das mesmas quantidades de CHO por refeição,
sempre nos mesmos horários. No exemplo são utilizados 51g de carboidratos ou
quatro substituições para o café da manhã.
Existem
situações especiais em que pacientes com controle alimentar e em uso de
antidiabético oral que estimula a liberação da insulina e que é utilizado nas
refeições devem ser considerados pela equipe para maior flexibilização do plano
alimentar.
Contagem de carboidratos em diabetes melito tipo 1(DM1)
Contagem de carboidratos em diabetes melito tipo 1(DM1)
Em
terapia convencional
Seguindo
o exemplo abaixo é possível visualizar as condutas para o DM1 em terapia
convencional.
Verifique
um exemplo de como poderia acontecer:
* um adulto com diabetes tipo 1;
* calcula-se o VET de 2.500kcal;
* consideram-se 60%de CHO – isto se traduz em 375g de CHO a serem distribuídos no dia todo;
* de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidratos/refeição (na Tabela 4 é apresentada apenas uma refeição: café da manhã).
* um adulto com diabetes tipo 1;
* calcula-se o VET de 2.500kcal;
* consideram-se 60%de CHO – isto se traduz em 375g de CHO a serem distribuídos no dia todo;
* de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidratos/refeição (na Tabela 4 é apresentada apenas uma refeição: café da manhã).
Deve-se
observar que há diferenças entre os dois métodos no total de carboidratos por
refeição. Utilizando-se o método 1, o total é de 75g, relativos a 5
substituições x 15. Pelo método 2, o total é de 65g. Esta variação não implica
erros, mas deverá ser considerada na prescrição do tratamento, sendo a
monitorização primordial para o sucesso da terapia.
Assim
como no DM2, é importante estimular a ingestão das mesmas quantidades de CHO
por refeição, sempre nos mesmos horários. Nesta terapia não existe a
possibilidade de flexibilização das quantidades de carboidratos a serem
ingeridas, apenas das substituições.
Em
terapia intensiva com múltiplas doses
Neste
tipo de terapia é possível definir a quantidade de insulina rápida ou
ultra-rápida em função da quantidade de carboidratos por refeição.
As doses
de insulina para cobrir os gramas de carboidratos são denominadas bolos de
alimentação e poderão ser aproximadas, em terapia de múltiplas doses, de acordo
com a evolução das glicemias pós-refeição.
Entre as
formas de estabelecer a razão carboidrato versus insulina, algumas regras podem
ser utilizadas, como:
* para o adulto pode-se partir de uma regra geral onde 1UI de insulina rápida ou ultra-rápida cobre 15g ou uma substituição de carboidrato. Pode-se também utilizar o peso corporal para estimar a relação insulina: CHO, de acordo com a Tabela 5;
* para crianças e adolescentes, a relação é de uma unidade de insulina para 20-30g de HC, ou pode-se utilizar a regra de 500, onde se dividem 500 pela dose total de insulina/dia.
* para o adulto pode-se partir de uma regra geral onde 1UI de insulina rápida ou ultra-rápida cobre 15g ou uma substituição de carboidrato. Pode-se também utilizar o peso corporal para estimar a relação insulina: CHO, de acordo com a Tabela 5;
* para crianças e adolescentes, a relação é de uma unidade de insulina para 20-30g de HC, ou pode-se utilizar a regra de 500, onde se dividem 500 pela dose total de insulina/dia.
De acordo
com os exemplos acima, se o paciente estiver em terapia intensiva com duas
aplicações de picos de insulina NPH, utilizando a razão de 1:15, pelo método 2,
consumindo 65g de carboidratos nesta refeição, necessitará de 4, 3UI de
insulina, aproximando-se de 4UI (rápida ou ultra-rápida). Caso seja utilizado o
método 1, isto é, o das substituições, ele estaria utilizando cinco
substituições e necessitaria de 5UI de insulina (rápida ou ultra-rápida).
Estas
regras devem funcionar como um ponto de partida, necessitando ser adequadas
individualmente, conforme o tipo de terapia insulínica, a análise da
sensibilidade insulínica, os fatores que influenciam esta relação, as
particularidades e a rotina de cada um. Isto será considerado pela equipe
durante a fase de adaptação ao método.
Admitindo-se
que possa ocorrer associação entre os picos de ação de insulina NPH e da
insulina de ação rápida e ultrarápida, não se recomenda a aplicação de bolos de
alimentação para os lanches intermediários. Quando em uso de glargina, a
necessidade de bolo para estes lanches deve ser reavaliada através da
monitorização.
Em terapia intensiva com bomba de infusão
Em terapia intensiva com bomba de infusão
Na
terapia com bomba, a contagem de carboidrato é imperativa, pois a bomba é capaz
de liberar com precisão a insulina necessária 24 horas ao dia, tentando imitar
a secreção insulínica de um pâncreas saudável. Em todas as refeições o bolo de
alimentação deverá ser administrado em doses mais precisas.
Utilizando
o exemplo anterior, o paciente não necessitaria aproximar o bolo de
alimentação, ou seja, ele aplicaria exatamente 4,3UI de insulina, e não 4UI.
Embora o
fracionamento das refeições seja sempre enfatizado como uma prática saudável,
torna-se imprescindível nos pacientes em terapia convencional e múltiplas doses
com NPH pelo maior risco de apresentarem hipoglicemia, o que não ocorre com os
pacientes em terapia de múltiplas doses com glargina e bombas de infusão de
insulina.
O momento
para aplicação de insulinas de ação rápida e ultra-rápida:
- insulina rápida – 30 minutos a uma hora antes das refeições;
- insulina ultra-rápida –15 minutos ou imediatamente antes das refeições.
Estas
recomendações devem ser seguidas por aquelas pessoas que têm certeza que vão
consumir integralmente o que foi estabelecido para uma determinada refeição. No
caso das crianças, sugere-se que a aplicação dos bolos seja feita imediatamente
após a ingestão do alimento, sendo a quantidade ajustada à real ingestão.
CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES
Açúcar e doces
Açúcar e doces
Os
portadores de diabetes podem incluir o açúcar em seu plano alimentar desde que
o total de carboidratos fornecidos por ele seja contabilizado dentro da
proposta de uma alimentação saudável.
É
importante alertar, porém, que doces e açúcares não contêm fibras, vitaminas ou
minerais e, além disso, mesmo que em pequenas porções, contêm muitas calorias,
podendo conduzir ao ganho de peso.
Fibras
Fibras
As fibras
são encontradas nos vegetais, principalmente em folhas, talos, raízes,
sementes, bagaços e cascas. As principais fontes são frutas, verduras, legumes,
farelos de aveia e de cevada, além das leguminosas.
As fibras
diminuem a absorção dos carboidratos. Como mencionado, embora pertençam ao
grupo de carboidratos, as fibras não são digeridas e absorvidas como os demais
de sua referida classe. Sua função principal é auxiliar no melhor desempenho
gastrointestinal, sendo basicamente expelidas por completo. Em alguns casos,
quando o alimento contiver cinco ou mais gramas de fibras por porção, deve-se
subtrair tal valor do total de gramas de carboidrato calculado, a fim de
determinar quanto carboidrato será convertido em glicose.
Por
exemplo: em um alimento que contém 48g de carboidrato e 8g de fibra, devemos
reduzir os 8g de fibra do total de carboidrato:
* 48g de carboidrato - 8g de fibra = 40g de carboidrato disponível (a ser transformado em glicose)
* 48g de carboidrato - 8g de fibra = 40g de carboidrato disponível (a ser transformado em glicose)
Deve-se
ficar atento à quantidade de fibras encontradas nos rótulos dos alimentos,
principalmente no caso de frutas secas e farelos.
Índice glicêmico
Os alimentos diferem na sua resposta glicêmica e, embora as dietas com baixo índice glicêmico possam reduzir a resposta glicêmica pós-prandial, os estudos a longo prazo não têm confirmado estes achados. Desta forma, a monitorização da glicemia ainda é considerada um guia para identificar as respostas específicas de cada alimento sobre a glicemia.
Proteínas
Índice glicêmico
Os alimentos diferem na sua resposta glicêmica e, embora as dietas com baixo índice glicêmico possam reduzir a resposta glicêmica pós-prandial, os estudos a longo prazo não têm confirmado estes achados. Desta forma, a monitorização da glicemia ainda é considerada um guia para identificar as respostas específicas de cada alimento sobre a glicemia.
Proteínas
As
quantidades de proteína são importantes, embora não sejam o principal foco na
contagem de carboidratos. Aproximadamente 35% a 60% da proteína ingerida é
convertida em glicose, elevando a glicemia em aproximadamente quatro horas. O
efeito das proteínas na glicemia deverá ser considerado se ultrapassar uma
porção (na refeição), como acontece.
Veja o exemplo abaixo:
* 1 bife (médio)=90g;
* raciocínio: 90g carne = 25g proteína. Considerando que 60% se convertem em glicose, 25 x 0,6 = 15g de carboidrato.
Veja o exemplo abaixo:
* 1 bife (médio)=90g;
* raciocínio: 90g carne = 25g proteína. Considerando que 60% se convertem em glicose, 25 x 0,6 = 15g de carboidrato.
É
conveniente, também, lembrar que, quando ingerimos quantidades excessivas de
proteína em uma refeição, acabamos por ingerir mais gordura e,se a perda
ponderal for indicada, isto deverá ser levado em consideração.
Gorduras
Gorduras
A gordura
dos alimentos também eleva a glicemia apenas quando ingerida em grandes
quantidades, embora tenha alto teor calórico. Isto porque apenas 10% do seu
total é responsável pelo aumento da glicose. Além disto, por ser um
macronutriente de lenta absorção, tal elevação resultante pode ocorrer apenas
quatro a cinco horas após sua ingestão.
Os
portadores de diabetes com excesso de peso devem reduzir a quantidade de
gorduras na dieta por serem estas extremamente calóricas. A redução de peso
corporal resultará na melhora da ação da insulina e conseqüentemente na melhora
do controle glicêmico. A diminuição da gordura na dieta também trará como
benefício a redução do colesterol e dos triglicerídeos.
Bebidas alcoólicas
Bebidas alcoólicas
A
ingestão de bebidas alcoólicas, sem alimentos, pode provocar hipoglicemia tanto
em pessoas que usam insulina como naquelas que utilizam hipoglicemiantes orais.
Assim, não se deve beber de estômago vazio. Deve-se observar o comportamento do
organismo com a ingestão de álcool, realizando glicemias antes e duas horas
após, para avaliar e adequar a dose de insulina a ser administrada. O álcool
não é convertido em glicose, e sim metabolizado de forma semelhante às
gorduras. Não deve ser considerado escolha de carboidrato no momento da decisão
de quantas unidades de insulina devem ser aplicadas. Um grama de álcool
contribui com 7kcal no plano alimentar.
Portadores
de diabetes que utilizam antidiabéticos orais podem apresentar reações como
palpitações, rubor facial e calor ao ingerirem bebida alcoólica. O limite de
ingestão de álcool recomendado pela ADA é de duas porções/semana, ou seja, duas
latas de cerveja (350ml cada), ou duas taças de vinho seco (150ml cada), ou
duas doses de bebida destilada (50ml cada).
Monitorização
Monitorização
O maior
objetivo da terapia nutricional é alcançar o controle glicêmico; assim, a
automonitorização se torna imprescindível tanto no DM1 quanto no DM2.
Deve-se
incentivar o paciente a medir as glicemias pré-prandiais e duas horas
pós-prandiais e, em seguida, inserir os dados das glicemias em um diário e/ou
programa específico do glicosímetro, para que os resultados sejam revisados,
avaliados e utilizados, auxiliando na determinação de suas necessidades
nutricionais, esquema medicamentoso e atividade física.
A equipe de saúde deve negociar individualmente as metas de glicemia e freqüência, evidenciando que todo e qualquer resultado obtido na glicemia será útil,ajudando a avaliar quando as metas estão sendo alcançadas, ou quando precisamos rever algum detalhe. Nem toda glicemia alterada é reflexo de um abuso alimentar. Estresse, infecção, mudança na atividade física, dose incorreta da medicação são causas que devem ser investigadas.
A equipe de saúde deve negociar individualmente as metas de glicemia e freqüência, evidenciando que todo e qualquer resultado obtido na glicemia será útil,ajudando a avaliar quando as metas estão sendo alcançadas, ou quando precisamos rever algum detalhe. Nem toda glicemia alterada é reflexo de um abuso alimentar. Estresse, infecção, mudança na atividade física, dose incorreta da medicação são causas que devem ser investigadas.
Aos
pacientes em terapia insulínica intensiva podem-se ensinar técnicas de como
corrigir as hiperglicemias. Ao avaliar as glicemias pré e pós-prandiais,
monta-se a tabela de correção, onde a equipe evidencia intervalos de glicemia,
determinando respectivas doses de insulina rápida/ultra-rápida a serem
aplicadas.Outra técnica utilizada é que 1UI diminui a glicemia em 45mg/dl
aproximadamente.
Vale
ressaltar que a sensibilidade insulínica, ou seja, a capacidade média da
insulina em baixar a glicemia plasmática, é individual, não podendo ser
aplicada uma mesma regra para todos os indivíduos. Tempo de diabetes, horários,
quantidade total de insulina no dia podem auxiliá-lo.
Hipoglicemia
Hipoglicemia
A
automonitorização é útil para a identificação de hipoglicemias que podem
ocorrer sem sintomas, principalmente nos pacientes com muito tempo de
diagnóstico do diabetes.
Na
presença de glicemias inferiores a 60mg/dl, deve-se proceder da seguinte
maneira:
* ingerir 15g de carboidratos simples, como, por exemplo:
– uma colher de sopa rasa de açúcar;
– 150ml de refrigerante comum (não-dietético);
– 150ml de suco de laranja;
– três balas de caramelo;
* aguardar 15 minutos e verificar a glicemia (ponta de dedo) novamente. Caso a glicemia permaneça menor do que 70mg/dl, repetir o esquema anterior.
* ingerir 15g de carboidratos simples, como, por exemplo:
– uma colher de sopa rasa de açúcar;
– 150ml de refrigerante comum (não-dietético);
– 150ml de suco de laranja;
– três balas de caramelo;
* aguardar 15 minutos e verificar a glicemia (ponta de dedo) novamente. Caso a glicemia permaneça menor do que 70mg/dl, repetir o esquema anterior.
O consumo
de açúcar poderá acontecer desde que o controle glicêmico esteja perfeito. O
consumo excessivo desses alimentos acarretará ganho de peso e aumento da
necessidade de insulina, que poderá ser prejudicial à saúde, além de não
contribuir com nutrientes essenciais.
Importante
fazer as seguintes orientações:
* ingerir somente a quantidade de carboidrato planejada;
* testar a glicemia de 1h30 a 2h e 4h a 5h após a refeição;
* o ideal é que depois de duas horas a sua glicemia esteja menor do que 140mg/dl (de 100 a 140 mg/dl).
* ingerir somente a quantidade de carboidrato planejada;
* testar a glicemia de 1h30 a 2h e 4h a 5h após a refeição;
* o ideal é que depois de duas horas a sua glicemia esteja menor do que 140mg/dl (de 100 a 140 mg/dl).
O
profissional da saúde deverá orientar o paciente nas ocasiões especiais.
Exercício e condicionamento físico
Exercício e condicionamento físico
O
exercício físico é recomendado pela ADA como um componente do tratamento do
diabetes. Tanto no diabetes tipo 1 como no tipo 2, o exercício físico pode
melhorar a sensibilidade à insulina, baixar os níveis de glicose sangüínea e
ter efeitos psicológicos positivos. Para prevenir hipoglicemias e
hiperglicemias, são necessários ajustes na dosagem de insulina, monitorização
capilar e atenção com o plano alimentar, principalmente em torno do horário da
atividade física. O condicionamento determina a fonte a ser utilizada durante a
prática de atividades físicas. Quanto menos condicionada a pessoa para certo
exercício específico, maior a probabilidade de queda glicêmica. Com o tempo,
conforme o indivíduo adquire condicionamento, os depósitos de glicogênio se
expandem, a eficiência muscular aumenta e a glicemia sofre menor ou nenhuma
queda. Note que isto também vale para atividades que envolvam diferentes
músculos.
A conduta
a ser adotada dependerá do tipo de insulinoterapia aplicada. Em pacientes com a
bomba de insulina, a função de redução temporária da basal (insulina
administrada para a glicose do fígado) é ativada e a prévia ingestão de
alimentos será necessária apenas se a glicemia estiver abaixo do patamar
estipulado pelo método. Também os usuários da bomba têm liberdade de praticar
esportes mais espontaneamente, já que não existe insulina estocada, não sendo
necessário considerar os picos de insulina NPH.
Para os
pacientes em múltiplas doses, a contagem de carboidratos será mais uma aliada
no combate às hipoglicemias provocadas pelo exercício físico, pois com a
técnica será possível aumentar a quantidade de gramas de carboidratos sem mexer
com a dose de insulina (bolo)relativa à refeição anterior à atividade física,
proporcionando, assim, uma relação menor de insulina/CHO ou, ainda,
principalmente no caso do paciente com excesso de peso, diminuir a dose da
insulina do bolo da refeição anterior à atividade física sem mexer com a
ingestão dos carboidratos. No esquema convencional de insulina é recomendado
apenas adicionar cotas de carboidratos na refeição que precede a atividade
física e manter a monitorização. A quantidade e o tipo de carboidrato a ser
adicionado deverão ser condicionados à intensidade e ao tempo de duração da
atividade física e às variações individuais de sensibilidade. É importante
lembrar que os efeitos da atividade física podem ser tardios e, mais uma vez, a
monitorização passa a determinar o tipo de intervenção.
Em
qualquer caso, porém, a prática de atividades físicas é recomendada e
bem-vinda, pois os exercícios aumentam a sensibilidade à insulina, tendendo a
diminuir o nível de glicose no sangue.
Gestação
Gestação
A sensibilidade
insulínica varia no decorrer da gestação, sendo imprescindível a monitorização
constante para reconhecer as variações da sensibilidade insulínica,
determinando-as e alternando-as em tempo correto.
Desta
forma, deve-se também atentar para prováveis alterações das relações de bolo x
carboidrato ao longo do dia e conforme o ciclo gestacional.
Rótulo dos alimentos
Rótulo dos alimentos
É
importante conhecer a composição dos alimentos que serão consumidos observando
o rótulo contido na embalagem. A informação nutricional do alimento mostra as
quantidades de macronutrientes, fibras, entre outros, em gramas por porção do
alimento. Vale ressaltar a importância de os pacientes serem estimulados à
pesagem dos alimentos que serão consumidos para definição do tamanho da porção,
caso a informação contida no produto seja por 100g (Tabela 6).
Como
proceder à leitura de rótulos com informação nutricional por porção (na
embalagem):
* checar o tamanho da porção que está sendo avaliada na embalagem (nem sempre é o tamanho da porção que será consumida);
* quantidade total de gordura:até 5g/porção de alimento é saudável;
* quantidade total de carboidratos;
* valor calórico.
* checar o tamanho da porção que está sendo avaliada na embalagem (nem sempre é o tamanho da porção que será consumida);
* quantidade total de gordura:até 5g/porção de alimento é saudável;
* quantidade total de carboidratos;
* valor calórico.
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